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O projeto do governo estadual, que aumenta em 14,9% o valor do novo mínimo regional no Paraná, começou a tramitar ontem na Assembleia Legislativa e deve ser votado na próxima semana. Enquanto governistas defendem a proposta como uma forma de aquecer a economia, a oposição critica o aumento por causa da crise financeira mundial.

O piso regional vale para trabalhadores que não têm acordo coletivo de trabalho, como empregados domésticos, trabalhadores rurais, cortadores de cana, zeladores e faxineiros.

Serão seis faixas variáveis entre R$ 605,27 e R$ 629,65, dependendo da categoria profissional. O valor será 12,05% maior que o praticado nos outros estados e até 35,2% superior ao salário mínimo nacional, que teve reajuste de 12% e hoje está em R$ 465.

Pelos cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o novo piso regional deve beneficiar 453 mil trabalhadores diretos e indiretos.

Para o deputado Valdir Rossoni (PSDB), o governo vai fazer "cortesia com o chapéu alheio" num momento em que o próprio governador Roberto Requião (PMDB) quer aprovar outro projeto cortando incentivos fiscais para as empresas que demitirem pessoal.

O líder da bancada do PSDB, Ademar Traiano, prevê que o aumento do mínimo vai gerar grandes problemas nas relações trabalhistas. "Todos os setores da economia já apertaram os cintos e sinalizam que não têm como dar aumento agora, como quer o governador", afirmou.

O entendimento do governo, porém, é de que os empregadores têm como assimilar o reajuste porque a economia no Paraná cresceu nos últimos dois anos. "Já reajustamos em 9,1% o salário no ano passado e todo mundo conseguiu pagar", disse o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

Outro que defende a proposta é o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM). Para ele, o reajuste é uma "injeção de ânimo no mercado" em tempos de crise e deve ser votada o mais rápido possível para que possa vigorar a partir de primeiro de maio.

O governo tem maioria para aprovar o projeto, mas não vai ser poupado pelos deputados de oposição por não conceder o mesmo reajuste salarial para o funcionalismo público.

O deputado Antonio Belinati (PP) apresentou projeto de lei para que o aumento de 14,9% seja estendido para os servidores públicos estaduais. Outros parlamentares pretendem apresentar emendas a mensagem do governo garantindo o mesmo benefício ao funcionalismo.

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