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Kassab: “Uma coisa é a administração municipal, outra é a campanha” | ABr
Kassab: “Uma coisa é a administração municipal, outra é a campanha”| Foto: ABr

São Paulo - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou ontem que a defesa do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), conseguiu um efeito suspensivo da sentença da Justiça Eleitoral, de primeira instância, que cassou o mandato dele e o da vice-prefeita, Alda Mar­­­co Antonio, pelo recebimento de doa­­ções consideradas ilegais na campanha municipal de 2008. Com o efeito suspensivo, o prefeito poderá permanecer no cargo até o julgamento final do processo. A de­­cisão foi tomada pelo juiz da 1.ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, o mesmo que determinou a cassação de seu mandato.

O prefeito alega que todas as doações da campanha foram feitas de forma correta, argumentando que suas contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). E que a doação de empresas ligadas a concessionárias do governo, motivo do pedido de cassação, foi considerada legal por instâncias superiores da própria Justiça Eleitoral.

Kassab tentou ontem dissociar os contratos da prefeitura com empreiteiras das doações que recebeu durante a campanha eleitoral de 2008. Questionado sobre as contratações milionárias, Kassab afirmou que as doações não têm relação com os contratos da administração municipal.

"Uma coisa é a administração municipal, outra é a campanha. O governo é sério e pauta suas contratações em licitações transparentes", disse.

Questionado se mais esse arranhão na imagem da administração municipal poderia afetar uma eventual campanha do governador José Serra (PSDB) à Presidência da República, o afilhado do tucano desconversou. "Serra tem uma folha de serviços prestados no Brasil e tem algo que poucos têm no País, uma biografia extensão e limpa."

Radicalizar

A decisão do TRE de São Paulo, que suspendeu a cassação de Gilberto Kassab não acalmou o DEM. Certa de que este fato não pode ser lido isoladamente, porque o PT "jurou de morte os democratas", a cúpula do DEM pretende dar o troco, abrin­­­do guerra contra o governo no Congresso. "Não se vota mais nada por acordo, porque não dá para negociar com quem nos jurou de morte", afirma o líder na Câmara, Paulo Bornhausen (DEM-SC).

A reação do DEM pode dificultar votações de propostas de interesse do governo e dos petistas, empenhados em alavancar a candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Por que vamos aprovar os projetos do pré-sal?", indaga Bornhausen, que já está articulando a obstrução com o PSDB.

"Se querem radicalização, vamos entregar o produto, e que aprovem o que quiserem com os votos deles; não com os nossos", propõe Bornhausen. "A Câmara pode ser usada como instrumento eleitoral contra o nosso partido, e isto nós não vamos permitir", concorda o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).

O líder acusa o PT de mobilizar "células autônomas para destruir a oposição" e de fazer uma "pajelança" com o mesmo objetivo, durante o Congresso do partido no fim de semana.

A ira do DEM não leva em conta que o juiz que cassou Kassab também puniu oito vereadores paulistanos, entre eles 5 petistas. Os parlamentares cassados são: Antonio Donato (PT), Arselino Tatto (PT), Gilberto Natalini (PSDB), Italo Cardoso (PT), José Américo (PT), José Police Neto (PSDB), Juliana Cardoso (PT) e Marco Aurélio Cunha (DEM). Todos podem recorrer ems eus cargos.

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