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A ministra Gleisi Hoffmann e o governador Beto Richa trocaram farpas sobre a redução da tarifa de energia, durante inauguração da usina hidrelétrica de Mauá, na semana passada | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
A ministra Gleisi Hoffmann e o governador Beto Richa trocaram farpas sobre a redução da tarifa de energia, durante inauguração da usina hidrelétrica de Mauá, na semana passada| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Quando se fala em aumentar ou reduzir impostos, taxas e tarifas, grande parte da população fica atenta. Afinal, poucas questões tocam tanto o cidadão comum quanto mexer no seu bolso. Talvez por isso esse assunto é capaz de gerar alvoroço na classe política e de provocar debates acalorados sobre tudo aquilo que envolve cobranças financeiras. O exemplo mais recente foi a troca de farpas entre o governador Beto Richa (PSDB) e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), a respeito da possibilidade de redução na tarifa de energia elétrica. Os dois são potenciais candidatos ao governo do estado em 2014.

Durante a inauguração da usina hidrelétrica de Mauá, em Telêmaco Borba, na semana passada, Gleisi e Richa divergiram a respeito da Medida Provisória 579, que prevê mudanças no setor elétrico para reduzir a tarifa de energia. A ministra disse lamentar que o Paraná não tenha aderido à proposta, enquanto Richa descartou a participação integral da Copel no plano de redução da tarifa proposto pela União. De acordo com ele, se isso for feito, a Copel perderá R$ 200 milhões, enquanto outros R$ 450 milhões deixariam de ser recolhidos em impostos. Gleisi rebateu garantindo que a Copel não vai se descapitalizar e que o governo federal vai oferecer contrapartida.

As divergências motivaram críticas das duas partes. As críticas de Gleisi foram interpretadas por aliados do governo como uma atitude de caráter pré-eleitoral. "Sua ambição é governar o Paraná. O estado sofre consequências terríveis dessa cobiça", afirmou o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB). O argumento foi rebatido pelo também deputado estadual Ênio Verri (PT). "Para o governo do estado, é mais importante o acionista da Copel do que o povo, do que a indústria, que reivindica há anos a diminuição do preço da energia", afirmou.

Na mesma semana, outras mudanças deram o tom nas discussões políticas paranaenses. Richa assinou decreto reduzindo as tarifas do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para 2013, uma medida com efeitos positivos à sua popularidade. Já o Tribunal de Justiça do Paraná desistiu do reajuste de até 300% nas custas cartorárias depois que o presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), defendeu uma discussão mais ampla sobre o assunto.

Na avaliação do cientista político Fabrício Tomio, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), toda discussão que envolve a regulamentação de impostos ou tarifas é naturalmente politizada. "São questões que envolvem gestão orçamentária. Logo, é natural que o debate seja político. Cada um vai usar argumentos técnicos para justificar seu posicionamento, mas são decisões que precisam ser tomadas na esfera política", argumenta. Quanto a um possível viés eleitoral das discussões, Tomio ressalta que, mesmo fora do período de campanha, ele existe. "Todos pensam nos efeitos que isso terá para frente. Claro que se for mais próximo da disputa isso vai se manifestar de forma mais clara."

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