A preocupação maior com o Planalto é com a possibilidade de desembarque do PMDB, maior partido da coalizão, nos próximos 30 dias. O “aviso prévio” – como peemedebistas da ala anti-PT têm classificado – foi estabelecido durante a convenção nacional da sigla, no sábado (12). No período, o partido que detém a maior bancada de deputados federais vai decidir se deixa ou não os cargos na Esplanada dos Ministérios. Enquanto isso, novas nomeações de peemedebistas no Executivo ficam “suspensas”, entre elas a do deputado federal Mauro Lopes (MG), que se preparava para assumir a Secretaria de Aviação Civil – consequência da articulação feita pelo Planalto em fevereiro para garantir a recondução de Leonardo Picciani à cadeira de líder da bancada do PMDB na Câmara Federal.
Reconduzido presidente do PMDB na convenção, o vice-presidente da República Michel Temer chegou a ensaiar o rompimento com o PT em dezembro do ano passado, mas recuou quando percebeu que poderia não ter votos da ala mais alinhada ao Planalto para permanecer no comando da sigla, na eleição deste último dia 12. Passada a eleição de sábado, Temer estaria livre para “sair do muro”. “Não é hora de dividir os brasileiros, de acirrar os ânimos. Agora é hora de construir pontes. É o que o PMDB está fazendo”, afirmou ele, na convenção.
Votação
Na convenção, Michel Temer foi reeleito presidente do PMDB por mais dois anos com tranquilidade. Dos 454 convencionais do partido, ou seja, peemedebistas com direito a voto, 390 participaram da votação em Brasília. Os 390 peemedebistas renderam 559 votos (dependendo do cargo que ocupa, o convencional tem direito a mais de um voto): foram 537 votos a favor da chapa única, que reconduz Temer para o comando da legenda; 11 votos contrários; seis brancos; e cinco nulos. Temer se torna o presidente de um diretório nacional formado por 119 membros titulares e 40 suplentes. É o diretório nacional que define a Executiva Nacional, formada por 17 membros.
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