O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Crise Aérea da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse nesta terça-feira (18) que ainda não se convenceu sobre a possibilidade de indiciamento de diretores e ex-diretores da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), inclusive de Denise Abreu.
"Estou analisando a possibilidade de produzir indiciamentos em relação ao comportamento dos diretores da Anac. Não tomei essa decisão ainda. Não posso propor nenhuma indiciamento se não estiver alicerçado em fatos concretos, em provas, em materiais e em fatos. Temos um conjunto de questões levantandas e estamos cruzando essas informações todas para ter esse resultado. Ainda não tenho esse resultado", disse ele antes da sessão da CPI que na qual começará a ser apresentado o relatório do deputado.
Marco Maia informou que, a princípio, essa análise deve ser apresentada à CPI na parte do relatório que será lida na próxima quinta-feira (20). Denise Abreu, ex-diretora da Anac, é alvo de denúncias de que teria atuado para transferir o terminal de cargas de São Paulo para Ribeirão Preto, e que teria divulgado um documento sem validade legal da Anac para a Justiça.
Denise Abreu deixou a Anac no final de agosto. Nos dias seguintes, Leur Lomantoe Jorge Velozo também pediram demissão da Agência Nacional de Aviação Civil.
Além de Denise Abreu, também há denúncias contra Josef Barat, ainda na diretoria da Anac. Ele teve sua passagem paga pela TAM, e despesas com hospedagens, para que desse uma palestra em um encontro da empresa, em dezembro de 2006, em Nova York (Estados Unidos), sobre as atribuições da Anac.
Outra denúncia que pesa sobre os diretores da Anac é que eles teriam feito diversas viagens, em um período de seis meses, utilizando gratuitamente bilhetes das companhias aéreas.
Outro lado
Após a divulgação da análise do relator Marco Maia, a assessoria de imprensa da ex-diretora da Anac, Denise Abreu, divulgou nota à imprensa na qual diz não haver "sentido" em um eventual indiciamento.
"É preciso apelar ao bom senso dos parlamentares, tanto de situação quanto de oposição, que participaram dos trabalhos da comissão criada para investigar os problemas da rede aérea nacional. Chegou a hora de dar um basta à verdadeira mania nacional de tentar encontrar um bode expiatório. É preciso dar um basta à tendência de se buscar culpar uma pessoa por causa de todo um sistema inoperante. Ou se culpa todos. Ou não se culpa ninguém", informou a assessoria de Denise Abreu.
Na avaliação do advogado da ex-diretora, Roberto Podval, um eventual pedido de indiciamento de Denise Abreu seria "indevido, extemporâneo" e sem "amparo legal".



