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São Paulo (Folhapress) – O relator da CPI, o deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), divulgou nota na qual afirma que "não vê motivos para deixar a relatoria da comissão".

Ontem, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) apresentou um requerimento para pedir a substituição de Abi-Ackel, sob alegação de que o relator está sob suspeição no caso, pois está na lista dos congressistas que receberam recursos do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do mensalão.

Abi-Ackel vem sendo pressionado pela oposição para deixar o cargo após a divulgação de reportagem da revista Época que vincula seu nome a duas doações – que totalizam R$ 150 mil –, feitas em 1998 pela empresa SMP&B, de Marcos Valério.

No requerimento, Pompeo de Mattos diz que "as investigações não poderão ter sua relatoria a cargo de um parlamentar sob o qual pesam suspeitas". "A iniciativa que propomos visa resguardar o Congresso de eventuais legítimas contestações pela sociedade", diz o texto.

Abi-Ackel descartou a possibilidade de renunciar ao posto e disse que "sob Pompeo pesam suspeitas de desequilíbrio mental". "Esta é uma hora muito propícia para demonstrações teatrais, para manifestação de hipocrisia moral. É um destrambelhado, não levo em consideração (o requerimento)", disse.

Depósito

Abi-Ackel já negou conhecer o publicitário Marcos Valério e diz que o depósito foi efetuado pelo coordenador financeiro da campanha, Cláudio Mourão, "através de agência de publicidade sobre a qual, na ocasião, não pesava qualquer suspeita nem tínhamos razão para duvidar da regularidade da sua conduta".

O líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), defendeu o afastamento do deputado Abi-Ackel.

"Pelo fato de ele ter tido recursos de campanha deste episódio que estamos discutindo, feito pelo PFL e pelo PSDB em Minas Gerais, nas eleições anteriores, eu acho que fica prejudicado. Eu acho que futuramente ele vai refletir sobre isto e vai se sentir impedido", disse Mercadante, acrescentando que espera que o afastamento ocorra por iniciativa do próprio deputado.

"Não há nada que o desabone, não há em princípio qualquer impedimento do deputado Ibrahim Abi-Ackel, continua sendo um grande jurista, mas é praxe na vida jurídica que o juiz, e no caso o relator é o juiz do processo, se sinta impedido quando há qualquer envolvimento pessoal", avaliou Mercadante.

O presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), segundo sua assessoria, não quer comentar o caso.

Por meio de sua assessoria, Lando informou que a indicação de Abi-Ackel foi feita pelos líderes partidários e não cabe a ele fazer comentários.

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