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Atualizado em 02/05/2006 às 22h07

O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de não estar envolvido em nenhum dos crimes apurados pela comissão, deverá ser citado duas vezes no relatório final.

- Citado ele (o presidente Lula) vai ser. Ele foi citado pelo Paulo de Tarso naquela história de que ele determinou ao Paulo de Tarso que procurasse o Roberto Teixeira, compadre dele - explicou o senador.

Paulo de Tarso Venceslau é o economista, ex-petista, que disse em depoimento na CPI dos Bingos ter procurado Lula, quando ele era presidente de honra do PT, para tratar de irregularidades da consultoria tributária Cepem em prefeituras petistas no interior de São Paulo. De acordo com o depoimento, Lula teria mandado Tarso procurar Roberto Teixeira, advogado da Cepem, para tratar do assunto.

Outra referência ao presidente deverá ser feita no relatório final da CPI no trecho que vai tratar das investigações que envolveram o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que pagou uma dívida de Lula com o PT. Segundo Garibaldi, se o Supremo Tribunal Federal não modificar a sua decisão que suspendeu a quebra de sigilo de Okamotto aprovada pela CPI, não será possível concluir as investigações em relação ao caso.

- Nesta hipótese, vou relatar esses fatos e sugerir ao Ministério Público que aprofunde as investigações. Mas sei que ele (Okamotto) está em dívida com a CPI e com a sociedade - disse.

Okamotto deverá ser citado ainda por causa da denúncia de Paulo de Tarso de que participou de um suposto esquema irregular de arrecadação de recursos para campanhas do PT com fornecedores de prefeituras petistas. O relator ainda estuda, entretanto, se pedirá ao Ministério Público para indiciar Okamotto.

Na mesma situação, estão Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, e o ex-deputado José Dirceu, citados no episódio do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Para o relator da CPI, foi um crime político, provocado por desentendimento entre os integrantes de um esquema de corrupção que existia na prefeitura. Carvalho foi citado pelos irmãos de Celso Daniel como o suposto responsável por transportar dinheiro arrecadado em Santo André para o então presidente do PT, José Dirceu.

Envolvidos no suposto esquema de corrupção denunciado pelos irmãos do prefeito assassinado na CPI, os empresários Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, Ronan Maria Pinto e o ex-vereador e ex-secretário de Santo André Klinger Luiz de Souza, segundo o relator, terão seus indiciamentos pedidos por corrupção.

- Vou sustentar no meu relatório que foi um crime político. E vou citar que houve uma denúncia contra o Gilberto Carvalho feita pelos irmãos do prefeito - explicou o senador.

O ex-ministro Antônio Palocci também deverá ter o seu indiciamento pedido no relatório da CPI. Além de Palocci, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso também deve ter o seu indiciamento pedido. Os dois foram apontados pela Polícia Federal como os responsáveis pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Para Garibaldi, é importante que a CPI ratifique o entendimento da PF.

Os dois principais investigados dos quais Palocci queria se desvincular ao negar sua a ida à mansão onde trabalhava o caseiro, Rogério Buratti e Vladimir Poletto, seus antigos assessores, também serão citados e devem ser indiciados, segundo o relator da comissão.

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