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Em reunião na manhã desta quinta-feira no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Mussa Demes (PFL-PI) deixou claro que deve pedir o arquivamento do processo contra o deputado Pedro Henry (PP-MT). O parlamentar é acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias e foi citado no relatório da CPI dos Sanguessugas. Ele foi um dos quatro, entre 67 acusados, que conseguiram se reeleger. Pedro Henry também teve seu nome envolvido no escândalo do mensalão, mas foi absolvido no Conselho de Ética e no plenário da Câmara.

O deputado Nelson Trad (PMDB-MS) havia sido escolhido como primeiro relator do caso de Pedro Henry, mas Trad foi vetado por Henry e o líder do PP, Mário Negromonte (BA), pressionou o presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), que aceitou trocar o relator. Ou seja, o acusado queria um juiz mais brando. E conseguiu.

Mas Trad fez Henry passar por um constrangimento nesta manhã, ao dizer não entender por que foi vetado, já que não são do mesmo estado e nem são adversários políticos diretos.

- Não sei por que o senhou vetou o meu nome. Não sei também se foi pelo fato de eu ter dito que o nome de Vossa Excelência é hóspede de todas as listas de suspeitos de irregularidades - disse.

Pedro Henry calou-se diante de Trad.

Relator critica relatório da CPI dos Sanguessugas

Durante o depoimento desta quinta, apesar de oito deputados estarem presentes na sessão, apenas o relator e o deputado José Otávio Germano (PP-RS) fizeram perguntas a Henry.

Apesar de dizer que não iria antecipar o seu parecer, Mussa Demes não deixou dúvida, nas suas falas, de que irá absolver o colega. O relator criticou a CPI por ter encaminhado um relatório parcial, classificado por ele como "forçado". Ele defendeu mudanças no regimento do Conselho de Ética para que os partidos não possam fazer representação pela cassação de mandato.

- É inadmissível que qualquer partido político possa representar contra um deputado, que acaba passando por todo esse calvário. Quase todas as pessoas denunciadas pela CPI perderam a eleição. Isso influiu decisivamente - afirmou Mussa Demes.

O relator foi até cuidadoso no momento de inquirir Pedro Henry e chegou a pedir desculpas quando teve que perguntar ao acusado se ele recebeu vantagem indevida da família Vedoin. Outra evidência de que Mussa Demes deverá absolver Pedro Henry é que, após a reunião, ele afirmou que não há provas de que Gilson Carvalho, ligado ao acusado e que recebeu dinheiro dos Vedoin, tenha sido coordenador de campanha de Pedro Henry.

Na quarta-feira, o deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) anunciou que vai recomendar a absolvição do deputado Érico Ribeiro (PP-RS), também suspeito de envolvimento no esquema das ambulâncias. O empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, disse que depositou R$ 10 mil na conta de um assessor de Érico pela apresentação de emenda no valor de R$ 1,2 milhão.

Três senadores suspeitos escaparam da cassação

Na terça-feira o Conselho de Ética do Senado livrou os três senadores suspeitos de envolvimento na máfia dos sanguessugas da cassação. O relatório que pedia a cassação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) nem chegou a ser votado. O conselho aprovou apenas uma censura verbal ao parlamentar. Já os senadores Serys Slhessarenko (PT-MG) e Magno Malta (PL-ES) tiveram seus processos arquivados, conforme sugeria o relatório, por unanimidade. Nos três processos, oposição e governo votaram juntos.

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