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“Alguns desses pesquisadores [que dizem que o Código não foi discutido pela Ciência] são pagos por essas entidades [ONGs ambientais]. Eu sei que são.” Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados | Antônio Cruz/ABr
“Alguns desses pesquisadores [que dizem que o Código não foi discutido pela Ciência] são pagos por essas entidades [ONGs ambientais]. Eu sei que são.” Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados| Foto: Antônio Cruz/ABr

Carta-manifesto

12 entidades do Conama repudiam a lei

Representantes de 11 entidades da sociedade civil e dos Ministérios Públicos Estaduais (MPs) que integram o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) assinaram uma carta de repúdio à aprovação do novo Código Florestal pela Câmara dos Deputados. No texto, as entidades sustentam que o projeto "enfraquecerá ainda mais a proteção das florestas, das águas, do ar, do solo, do clima, da biodiversidade, das populações em área de risco e da agricultura sustentável". "É momento de a sociedade brasileira atuar de forma decisiva, fazendo valer os principios constitucionais da proteção ao meio ambiente e da vida humana", diz outro trecho da carta.

O Conama é um órgão deliberativo, composto por representantes da sociedade civil e do Estado, que discute e aprova regras ambientais a serem seguidas em todo o país.

Da Redação

O deputado federal Aldo Rebelo (PCdo B-SP), relator do projeto do novo Código Florestal, aprovado nesta semana pela Câmara dos Deputados, criticou as ONGs ambientalistas internacionais, acusando-as de fazerem lobby em favor de um projeto "fabricado em gabinete", sem conhecer a realidade do país. "O lobby ambientalista, principalmente o internacional, não queria que os representantes do povo voltassem a legislar sobre o tema", disse, referindo-se diretamente ao Greenpeace e a WWF.

Aldo participava de um almoço-palestra na BIOSforum, evento realizado em São Paulo e que discute o desenvolvimento sustentável. A uma plateia de empresários, o deputado acusou também a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de se omitir durante os dois anos de debate. "Alguns desses pesquisadores são pagos por essas entidades [ONGs]. Eu sei que são", disse.

Para o parlamentar, agora não é o momento da SBPC afirmar "que a Ciência não foi ouvida" na discussão da nova lei. "Nenhuma lei no Brasil foi mais discutida do que o Código Florestal", disse ele.

A metralhadora verbal do deputado também mirou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Ele culpou o Ibama pelo aumento do desmatamento no país, em especial o estado de Mato Grosso, que registrou em março e abril 80% de todo o desmatamento verificado na Amazônia Legal. "A questão [do desmatamento] do Mato Grosso é incompetência do Ibama", disse Rebelo. "A polícia para de atuar e coloca a culpa do roubo no ladrão? O Ibama não consegue atuar e diz que a responsabilidade é do Código? Isso não tem sustentação." O deputado disse ainda que nova lei legaliza mais de 5 milhões de agricultores em todo o país.

No final de sua palestra, Aldo foi aplaudido em pé pelos empresários e ouviu apelos para que se faça pressão sobre o Senado para a aprovação da íntegra do texto que passou pela Câmara.

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