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Editora Abril diz que acusações de Calheiros são "fruto do desespero do senador"

A Editora Abril, que edita a Revista Veja, acaba de divulgar nota oficial contestando as acusações do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que levantou suspeitas nos negócios da empresa com o grupo espanhol da Telefonica na transação com a TVA, que pertence à Editora Abril. A nota diz que as acusações "são fruto do desespero do senador".

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O senador Renato Casagrande (PSB-ES) espera que seja concluída na próxima semana a perícia da Polícia Federal (PF) nos documentos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Casagrande é um dos três relatores do primeiro processo contra Renan no Conselho de Ética. O senador é acusado de ter contas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Júnior e de usar notas frias para comprovar que tinha recursos próprios.

- Na semana que vem, recebemos a perícia da Polícia Federal; na outra semana, vamos ouvir o senador Renan Calheiros; e daqui a 15 ou 20 dias, vamos votar no Conselho de Ética - disse Casagrande nesta sexta em entrevista à Rádio Nacional.

Já a escolha de um relator para o novo processo contra Renan ficou para a semana que vem. Para não atrasar a investigação sobre o suposto lobby feito por Renan para a cervejaria Schincariol, de acordo com denúncia da revista "Veja", o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), pretende anunciar na segunda-feira, ou no máximo na terça, o nome do novo relator. Quintanilha pretendia anunciar o nome até quinta, mas não conseguiu.

Os senadores não estão dispostos a encarar a missão e sobram apenas onze nomes (excluindo o próprio Quintanilha), já que três integrantes do Conselho relatam o processo que investiga se Renan recebeu recursos de um lobista da construtora Mendes Junior para pagar contas pessoais.

Segundo a assessoria do senador, Quintanilha ainda não convidou ninguém para a função. E não deve ser fácil, principalmente diante da tática de Renan de partir para o ataque contra os colegas que pedem seu afastamento, como fez esta semana no plenário com o senador José Agripino (DEM-RN). Quintanilha passará o fim de semana em Tocantins, mas conversará por telefone com os colegas em busca de um nome para relatar a representação do PSOL.

O presidente do Conselho de Ética não quer que o mesmo trio de senadores que já investiga Renan relate a outra representação para não correr o risco de prejudicar o trabalho dos três. Ele deve ter mais problemas pela frente, já que outras representações devem chegar em breve ao colegiado, uma contra Renan e outra contra o senador Gim Argello (PTB-DF), suplente de Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou ao perceber que poderia perder o mandato e ficar inelegível.

Concessões de rádio: votações em bloco e por unanimidade

Uma terceira representação, apresentada por DEM e PSDB, está na Mesa Diretora do Senado. Os partidos querem que seja investigada a denúncia, também publicada pela revista "Veja", de que Renan teria usado laranjas para comprar duas emissoras de rádio em Alagoas.

A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprovou pelo menos três concessões para a emissora de rádio JR Difusora Ltda - que, de acordo com denúncia, teria como sócio oculto o presidente do Senado. As autorizações para operar nos municípios alagoanos de Murici, Joaquim Gomes e Porto Real do Colégio, foram aprovadas por unanimidade. A última foi apreciada já depois dos escândalos que envolvem Renan e teve como relator substituto o senador tucano Flexa Ribeiro (PA), recebendo o voto favorável de pelo menos um dos relatores do processo contra Renan no Conselho de Ética, Renato Casagrande. Os dois dizem que não sabiam que a rádio teria como sócio oculto Renan ou seu filho, o prefeito de Murici, Renan Calheiros Filho.

- Normalmente essas votações são feitas em bloco e as concessões são aprovadas por unanimidade. Ontem (quarta-feira) mesmo aprovamos pelo menos 30. Nós só chancelamos processos que vêm do Ministério das Comunicações, checando apenas se eles atendem às exigências legais - justificou Flexa Ribeiro, que durante a votação da concessão da JR Difusora para a cidade de Joaquim Gomes apenas leu o parecer do senador João Tenório (PSDB-AL), que não estava presente na sessão.

Renan vai à tribuna se defender e volta a atacar a Abril

Alheio às novas denúncias feitas contra ele, o presidente do Senado subiu à tribuna nesta quinta-feira para se defender e voltar a atacar a Editora Abril, que publica a revista "Veja", autora de três denúncias contra o senador.

Renan se defendeu das acusações de ter beneficiado a cervejaria Schincariol e de manter "laranjas" como donos de uma empresa de comunicação de sua propriedade. Ele anunciou que enviou ao Conselho de Ética um documento em que a Schincariol desmente as denúncias.

- A Schincariol desmonta a falsa imputação da revista de que eu teria atuado em favor da empresa - disse Renan, em referência a uma suposta ajuda em uma quitação de uma dívida junto ao INSS.

Acusações de Renan são 'fruto do desespero', diz Abril, em nota

A Editora Abril divulgou nota na noite desta quinta para contestar as acusações de Renan. Eis a nota:

"A Editora Abril informa que as revelações de VEJA sobre o senador Renan Calheiros foram rigorosamente apuradas e, portanto, as confirma integralmente. As aflições e problemas do senador derivam de suas condutas. Estas foram consideradas suficientemente problemáticas pelos seus pares e pelo Procurador-Geral da República, que as encaminharam para investigação, de um lado, para o Conselho de Ética do Senado Federal e, de outro, para o Supremo Tribunal Federal. É fruto do desespero do senador a acusação leviana de que ainda haja alguma coisa a verificar na transação entre a TVA e a Telefônica. A Abril reitera que a parceria em questão está rigorosamente dentro da lei e já foi aprovada pelo Conselho Diretor da ANATEL após nove meses de tramitação e análise".

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