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Há quase duas semanas, os funcionários dos Correios responsáveis pelas entregas de correspondência cruzaram os braços por 24 horas | Marcelo Elias - Gazeta do Povo
Há quase duas semanas, os funcionários dos Correios responsáveis pelas entregas de correspondência cruzaram os braços por 24 horas| Foto: Marcelo Elias - Gazeta do Povo

PSOL pede apuração de nova denúncia contra Renan

A bancada do PSOL decidiu em reunião nesta terça-feira (4) que pedirá ao Conselho de Ética do Senado a inclusão das novas denúncias contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), no processo por quebra de decoro parlamentar que trata de suposto favorecimento por parte do senador à cervejaria Schincariol.

Os parlamentares do partido devem pedir informações à Polícia Federal sobre a denúncias na quinta (6) de manhã e, à tarde, devem formalizar o pedido de aditamento ao Conselho de Ética do Senado.

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Após o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) apresentar voto em separado pedindo absolvição do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), dois relatores do processo que recomendaram a cassação do mandato afirmaram estar "tranqüilos" com relação ao relatório que apresentaram.

A relatora Marisa Serrano (PSDB-MS) reafirmou que Renan não provou, em nenhum momento, que tinha recursos para arcar com os pagamentos feitos à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. Renan é acusado de ter usado o lobista Cláudio Gontijo, representante da empreiteira Mendes Júnior, para pagar a pensão e o aluguel de Mônica. "Estou tranqüila", disse.

"Quando a gente faz um relatório, a emissão de um parecer não pode parecer deslealdade, não é mentira. Não acho que fui desleal com o senador Renan Calheiros", completou.

Técnico

"Nosso relatório é técnico, a maior parte da análise foi feita com base em perícia da Polícia Federal e complementado por avaliações nossas", disse o outro relator, Renato Casagrande (PSDB-ES).

Casagrande disse ainda que, com base nos valores declarados, chegaram à conclusão de que Renan "não tem condições, com a fonte de renda que tem, de arcar com as despesas, incluindo a pensão da jornalista Mônica Veloso".

Aliados

O terceiro relator do processo, senador Almeida Lima (PMDB-SE), aliado do presidente do Senado que havia apresentado seu relatório pedindo arquivamento do caso, elogiou Wellington Salgado (PMDB-MG), que, antes da fala dos relatores, leu voto em separado pedindo a absolvição do presidente da Casa.

"Dissecou no seu voto item por item que foi objeto de esteio para o pedido de cassação", afirmou Lima. "Eu pediria às suas excelências que confrontem os documentos para saber se Renan Calheiros agiu dessa forma. Posso afirmar, alguém ou mentiu ou está equivocado", disse, referindo-se ao relatório que pede a cassação.

Na leitura do voto em separado, Salgado argumentou que as acusações contra o aliado limitam-se à esfera privada e não configuram quebra de decoro parlamentar. "Para mim, quebra de decoro é coisa muito severa para ser tomada sob o prisma da opinião pública."

O senador mineiro disse ainda que "não foi comprovado nenhum pagamento da Mendes Júnior à Mônica Veloso". "Não restou comprovado em qualquer parte do procedimento que a Mendes Júnior tenha tirado proveito do fato de um empregado seu ser amigo do representado", disse o senador.

VotaçãoO relatório que será votado foi elaborado por Casagrande e Marisa Serrano. Embora o próprio Renan tenha defendido que a votação seja secreta, os senadores já decidiram que o voto será aberto.

Se o Conselho de Ética aprovar a cassação, o relatório segue para a Comissão de Constituição e Justiça, que analisará a constitucionalidade do processo. Em seguida, segue para votação no plenário. A cassação depende de aprovação por maioria no plenário do Senado.

Defesa

Nesta quarta vence o prazo para que o senador apresente sua defesa formal sobre as acusações de favorecimento à cervejaria Schincariol, de acordo com a assessoria de imprensa do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO).

Renan Calheiros responde a três processos por quebra de decoro parlamentar no Conselho. Em reunião na terça (4), o PSOL decidiu que pedirá ao Conselho de Ética do Senado a inclusão das novas denúncias referentes à arrecadação de dinheiro em ministérios liderados pelo PMDB no processo referente à cervejaria.

"Se por acaso o pedido de aditamento ao conselho não encontrar acolhimento, seremos obrigados a fazer uma quarta representação para que essas novas denúncias sejam apuradas", disse o senador José Nery (PA).

ConfianteNa chegada ao Congresso Nacional, de acordo com a Agência Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou estar confiante em relação à votação do relatório que pede a cassação de seu mandato. "Vamos ganhar. É [só] ter calma", disse.

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