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A Polícia Federal (PF) cita 18 nomes de autoridades com prerrogativa de foro no relatório da Operação Porto Seguro, que investigou a venda de pareceres e o tráfico de influência no governo federal. No relatório que contém a lista de parlamentares, administradores públicos e magistrados, a PF não imputa a essas pessoas nenhum crime. Limita-se a copiar e a transcrever citações feitas a elas por integrantes da organização criminosa, que foram interceptadas durante a investigação.

A Justiça Federal enviou a relação ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria-Geral da República e à presidência do Congresso para que tais instâncias avaliem se é o caso ou não de determinar abertura de algum procedimento investigatório contra as autoridades. O fato de constar da lista da PF não significa que essas pessoas estão sendo investigadas ou que tiveram contato com integrantes da organização. Seus nomes podem ter sido eventualmente citados ou usados pelos integrantes da quadrilha.

A PF tomou a cautela de não emitir nenhum juízo de valor sobre as autoridades. Também não encaminhou pedido à Justiça para monitorá-las porque, se o fizesse, poderia provocar a nulidade de toda a operação. Uma autoridade com foro privilegiado só pode ser investigada com autorização de tribunais superiores.

Dentre autoridades citadas, mas não investigadas pela PF na Operação Porto Seguro, estão, por exemplo, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams; o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP); o deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR-SP); o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD); o ministro do STF Dias Toffoli; e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Adams afirma que "vai colaborar no que for preciso para as investigações". Sarney diz que não tem relação com os investigados. Valdemar Costa Neto informou que "não comenta assuntos que estão submetidos aos exames das autoridades judiciais ou policiais". Dias Toffoli não se pronunciou. O governo paulista informou que Geraldo Alckmin jamais beneficiou o grupo que participava do esquema. O prefeito Gilberto Kassab não se manifestou.

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