• Carregando...

Até a próxima quarta-feira, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deverá receber o relatório com todas as ligações feitas entre 1º e 12 de setembro pelas pessoas investigadas no assassinato do coronel Ubiratan Guimarães. O juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, determinou na última sexta-feira a quebra do sigilo telefônico de oito suspeitos de envolvimento no assassinato do coronel da reserva da Polícia Militar e deputado estadual. Outra medida anunciada pelo juiz é que o processo corre em segredo de Justiça. O prazo para a conclusão da investigação foi estipulado: 60 dias. O pedido foi feito pelo Ministério Público , que quer garantir a privacidade dos investigados.

Além do coronel Ubiratan e de sua namorada, Carla Cepollina, outras seis pessoas tiveram o sigilo quebrado pela Justiça: a advogada e mãe de Carla, Liliana Prinzivalli; a delegada da Polícia Federal do Pará, Renata Mazi; o padrasto dela; um dos filhos do coronel, Fabrício Guimarães; e ainda os assessores do Ubiratan, Eduardo Anastasi e coronel Gérson Vitória. O coronel foi morto no sábado passado e a polícia já confirmou que as investigações apontam para um crime passional.

Os passaportes de Carla Cepollina, o italiano e o brasileiro, já foram entregues à polícia. Ela está proibida de deixar o país até que as investigações terminem. Segundo o advogado da família de Ubiratan, Vicente Cascione, Carla tem dupla cidadania e estaria se mobilizando para viajar para a Itália. A mãe de Carla nega que a filha pretendesse sair do país e diz que entregou o passaporte à polícia por vontade própria. Ela mesma entregou os passaportes da filha à polícia.

A polícia diz já ter elementos suficientes para pedir a prisão temporária da namorada do coronel. Porém, segundo o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP, o pedido não será feito porque Carla não oferece obstáculos ao inquérito policial. Ele afirma que a investigação já está na fase conclusiva e, por isso, prefere não falar em suspeitos. Segundo ele, a primeira fase das investigações deve terminar na próxima semana.

A mãe de Carla diz que Carla não foi à casa do coronel no domingo porque sabia que ele iria a uma comemoração de um amigo, em Cotia, na Grande São Paulo. De acordo com ela, toda vez que o coronel viajava costumava telefonar várias vezes para Carla. Liliana diz ainda que, no domingo à noite, quando amigos do coronel foram pedir a chave do apartamento dele para Carla, a filha não foi junto porque já era muito tarde.

- Eu mesma falei para não ir, porque quando ele chegasse em casa ia ligar - conta.

De acordo com Liliana, Carla não aumentou o volume da música que ouvia na casa do coronel quando a delegada de Polícia Federal, Renata Madi, ligou no sábado à noite. Renata é apontada como um dos vértices do triângulo amoroso que resultou na morte do coronel.

- A Carla tem o costume de ligar o som porque em casa sempre fizemos isso. Ela só deixou o telefone perto do aparelho porque foi avisar Ubiratan que a mesma pessoa que ele não queria atender estava ligando novamente - diz.

Ainda segundo a mãe, Carla teria pedido a Renata para ligar depois, porque naquele momento ele não podia falar. Em um entrevista coletiva à imprensa, Liliana disse que a filha recebeu uma ameaça de morte. Liliana apresentou à imprensa uma gravação telefônica um homem ameaça Carla de morte. Liliana chegou a apresentar o número do telefone de onde a ligação teria partido.

Delegada confirma telefonema

A delegada Renata Mazi depôs na quarta-feira na sede da Polícia Federal em Belém e confirmou o telefonema ao militar. Ela disse que ligou depois de receber uma mensagem de texto enviada por ele. O pai de Renata negou um romance da filha com o militar e usou como argumento a idade da filha, que tem 25 anos. Ubiratan tinha 63.

O advogado Cascione afirmou que Ubiratan mantinha um relacionamento com a delegada da Polícia Federal do Pará e havia rompido com Carla.

- Quem cometeu o crime já estava dentro do apartamento. Não há a menor dúvida de que a arma utilizada no crime era dele - afirmou o advogado Cascione.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]