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Entre os dias 12 e 20 de maio, dias em que o estado de São Paulo foi dominado por uma onda de violência imposta por facções criminosas, morreram 61 pessoas por dia vítimas de arma de fogo no estado. A estatística impressiona já que diariamente morrem 20 pessoas no estado vítimas dessa maneira. No total, foram 492 mortes nestas circunstâncias, segundo informou ao Globo Online o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Desiré Carlos Callegari.

Os dados foram obtidos junto a 23 Institutos Médicos Legais (IMLs) pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Nesta segunda-feira, eles serão entregues a representantes do Ministério Público Federal (MPF) e Estadual (MPE), além da Defensoria Pública do estado. "É um número elevadíssimo. Nunca vimos isso nas estatísticas do IML", disse Callegari.

No relatório, estão os laudos necroscópicos definitivos das vítimas. Também constam a data da ocorrência, o município onde ela aconteceu e a região onde foi registrado o óbito, além dos nomes das vítimas. Segundo o Cremesp, os laudos não estão relacionados exclusivamente às supostas vítimas de confrontos entre policiais e civis, uma vez que estas informações não constam dos registros médicos analisados pelo Cremesp.

Segundo o presidente do Cremesp, nesse número podem estar mortes por grupos de extermínio e até suicídios. O trabalho do Ministério Público e a Defensoria será investigar em que circunstâncias essas mortes aconteceram. Eles contararão com a ajuda de uma equipe de peritos chefiada por Ricardo Molina. "Constatamos que as mortes aconteceram como uma onda no estado. Houve picos na capital, Grande São Paulo e litoral", disse Desiré.

Ele afirmou que isso pode indicar que à medida que a polícia reagiu, os criminosos atuaram em lugares diferentes. Segundo ele, o município de Guarulhos, na Grande São Paulo, chamou a atenção pelo número de mortes, assim como o litoral do estado. Segundo Desiré, o número de mortos por arma de fogo costuma ser 4,55% do total recebido pelos IMLs.

Na semana do horror, o percentual chegou a 71,88% no dia 13 de maio (sábado, um dia após o início dos atentados) e a 64,71% no dia 15. Não há nada que se compare a estas estatísticas na história do IML. "Esta é a primeira etapa de nosso trabalho. Vamos municiar o Ministério Público com dados e dar uma satisfação à população sobre o número de mortes ocorridas durante os ataques", afirmou o presidente do Cremesp.

Após a apresentação deste relatório quantitativo, o Cremesp continuará trabalhando. No dia 20 de junho de 2006, haverá uma reunião da Câmara Técnica de Medicina Legal do Cremesp para avaliação dos dados consolidados e para a análise qualitativa dos laudos. Até o final de junho, um relatório final sobre as mortes será elaborado pelo órgão.

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