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O relatório das investigações da morte de Dorothy Stang revela que os assassinos procuraram a missionária para matá-la duas vezes sem sucesso. Divulgado pelo chefe da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) da Polícia Civil do Pará, delegado Waldir Freire, o documento traz detalhes sobre o assassinato da missionária.

Dorothy Stang realizava há 20 anos trabalhos sociais na região, onde predominam conflitos de terra envolvendo trabalhadores rurais, grileiros e fazendeiros. No dia 12 de fevereiro do ano passado, a missionária foi assassinada com seis tiros, a 40 quilômetros de Anapu, no Pará.

As últimas palavras de Dorothy foram trechos da Bíblia, lidos para quem, minutos depois, a mataria. "Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus". Estas foram as frases que teriam sido lidas, segundo o assassino confesso da freira, Rayfran das Neves.

Em dezembro de 2005, Rayfran das Neves foi condenado a 27 anos de prisão. O outro envolvido no crime, Clodoaldo Batista, a 18 anos. Os outros três acusados de participação ainda não foram a julgamento. Em abril deverá ser julgado o acusado de intermediar a execução, Amair Feijoli da Cunha, conhecido como Tato. Não há previsão para o julgamento dos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão. Os três aguardam o julgamento na cadeia.

Nem todos concordam com o relatório final das investigações da Polícia Civil. Para o bispo do Xingu, dom Erwin Kräutler, outras pessoas estariam envolvidas na morte, além das apontadas. Ele conta que Dorothy era ameaçada e "odiada" por defender a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável, o que contrariava fazendeiros e madeireiros da região. O bispo afirma que a morte da irmã trata-se de um consórcio e pede para que as investigações sejam aprofundadas.

Um dos promotores que investigam o crime, Lauro Freitas Júnior, lembra que o Ministério Público foi a primeira instância a cogitar a existência de um grupo que teria planejado o assassinato da freira, mas não houve provas para incriminar outras pessoas. A investigação federal sobre o assassinato analisa agora o possível envolvimento de outras pessoas.

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