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Renan Calheiros cumprimenta Luiz Henrique: colegas de partido disputaram a presidência do Senado | Agência Brasil/Antônio Cruz
Renan Calheiros cumprimenta Luiz Henrique: colegas de partido disputaram a presidência do Senado| Foto: Agência Brasil/Antônio Cruz

Renan não comenta possibilidade de ser denunciado na Lava Jato

Após ser reeleito presidente do Senado, Renan Calheiros não comentou a possibilidade de ser um dos políticos denunciados pelo Ministério Público Federal por suposto envolvimento na Operação Lava Jato.

Renan encerrou a entrevista que dava após o Broadcast questioná-lo sobre o assunto. O nome do peemedebista foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada.

"Amanhã nós falamos", afirmou, dirigindo-se à sala da presidência.

A expectativa é que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, peça a abertura de inquérito e ofereça denúncias ainda este mês. Renan nega envolvimento com o caso.

Escolha dos cargos da mesa Diretora do Senado fica para terça

O presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu deixar para terça-feira (3), a eleição dos cargos da Mesa Diretora da Casa. Diferentemente da Câmara, onde o regimento determina que a escolha desses cargos deve ser feita no mesmo dia da eleição do presidente da Casa, no Senado, essa disputa pode ficar para depois.

Ficou para terça-feira, portanto, a votação para as duas vice-presidências, quatro secretarias e quatro suplentes. Esses cargos são escolhidos conforme o tamanho das bancadas, pois a disputa, tradicionalmente, respeita a proporcionalidade dos partidos na Casa.

Em disputa mais acirrada que já enfrentou, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi reeleito presidente do Senado neste domingo (1º). Numa disputa inédita contra outro colega de partido, o peemedebista obteve 49 votos votos contra Luiz Henrique, que conquistou 31 - ainda teve um voto nulo. Esta é a quarta vez que Renan se elege para o cargo, igualando o recorde do seu antecessor, o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP).

A eleição, em votação secreta, foi a mais acirrada que enfrentou desde que, em 2007, reelegeu-se pela primeira vez com 51 votos contra 28 do senador potiguar do DEM Agripino Maia. Na sua eleição passada, em 2013, com 56 votos a favor contra 18 para o ex-senador Pedro Taques (PDT-MT).

Renan Calheiros foi forçado a mudar de estratégia de campanha depois que Luiz Henrique lançou-se na terça-feira (27) candidato em caráter "irreversível". A intenção dele era colocar seu nome apenas no domingo, horas antes da eleição. A bancada do PMDB reuniu-se na sexta-feira à tarde e, por 15 votos dos 19, indicou Renan.

O peemedebista não pretendia ficar na "vitrine" desde que o Estado revelou, no início de setembro, que ele foi um dos citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada. Contou com o respaldo do Palácio do Planalto para essa operação, uma vez que foi um dos principais fiadores da presidente Dilma Rousseff no Congresso durante o primeiro mandato. Após o lançamento de Luiz Henrique, ministros começaram a trabalhar pela reeleição de Renan.

O presidente reeleito contou com o apoio declarado também do PT, que no sábado, 31, fechou questão em favor de Renan. Luiz Henrique teve o apoio de sete partidos: PSB, PDT, PSOL, PP, PPS, PSDB e DEM, além de independentes de outros partidos da base aliada.

Em discurso antes da eleição, o presidente reeleito justificou a estratégia de adiar, ao máximo, sua candidatura. "Tive durante o tempo todo cautela de não precipitar movimentos. Não seria respeitoso que os novos senadores não participassem ativamente desse processo eleitoral", afirmou.

Renan disse que irá cumprir com "absoluto rigor" a regra da independência dos poderes. Foi uma resposta a Luiz Henrique, que acusou Renan de se vergar a interesses do Executivo em troca de nomeações políticas.

O peemedebista defendeu também a mudança no financiamento de campanhas, "fonte de suspeitas". Segundo ele, porém, o ideal é que o Congresso avalie essa proposta e que a população opine sobre ela posteriormente, por meio de referendo, e não previamente, como a presidente Dilma Rousseff já defendeu, via plebiscito.

O senador disse ainda que o País não pode e não dará "marcha à ré" nos campos social, econômico e político e resgatou ainda o mote da campanha de Dilma Rousseff, afirmando que vai corrigir o que está errado e potencializar o que está certo.

Ao fim de seu discurso, Renan alfinetou Luiz Henrique e disse que não quer ser "regente" de nada. Luiz Henrique usou essa expressão para defendeu sua liderança à frente de reformas, caso seja eleito.

Renan agradece 'renovação da confiança dos senadores'

Reeleito para seguir à frente da Presidência do Senado por mais dois anos, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) agradeceu "a renovação da confiança" recebida em votação secreta na disputa contra o Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).

A vitória apertada foi conseguida por uma diferença de apenas 18 votos. "A disputa agora já é passado e todos os senadores e senadoras ansiamos pelo futuro. Serei o presidente de todos os senadores. Como já demonstrado (na gestão passada), desejo demonstrar meu compromisso com a autonomia do Senado Federal", disse.

Em seu discurso de candidatura, Silveira havia criticado Renan por de se "vergado" ao Palácio do Planalto para obter vantagens políticas, como a indicação de ministros e executivos de estatais. Por isso, afirmou, colocou o tema na sua fala de agradecimento.

Renan também foi criticado pela forma como conduz o Senado, apontada por Silveira como pouco democrática. "Aqui buscamos o consenso até o limite, sem que ele implique na negação de liderança", rebateu Renan, após reeleito. "O entendimento nunca será a supressão da vontade de quem pode menos pela força de quem pode mais. Aqui todos podem mais por sermos todos iguais", disse.

Apesar do tom áspero das respostas, Renan elogiou Silveira "pela correção e espírito publico verificado ao longo da sua trajetória".

Equilíbrio

Renan disse ainda que renova o poder no comando do Congresso Nacional com "vontade de acertar para corresponder ao crédito" que os senadores e senadoras concederam a ele.

O presidente reeleito do Senado recordou que o PMDB "garante a estabilidade" política do governo da presidente Dilma Rousseff e que "trabalhará (também) pela estabilidade econômica". Segundo ele, o PMDB "atua pelo equilíbrio de poder e repele qualquer pender hegemônico".

Ele criticou o "obscurantismo infame nas redes de computadores" ao defender o Estado democrático e defendeu a reforma política como forma de combater os "extremistas que têm desprezo pela democracia".

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