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Senado decide se abre nova ação contra Renan

A Mesa Diretora do Senado se reúne na manhã desta terça-feira para decidir o destino das duas representações protocoladas na semana passada pelo PSOL: uma contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a outra contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), já admitiu a possibilidade de a Mesa suspender os processos. Leia matéria completa

Licenciado da presidência do Senado desde o último dia 11, Renan Calheiros (PMDB-AL) jogou a toalha e deu sinal verde para que o partido deflagre o processo de escolha de seu sucessor no cargo mais cobiçado da Casa. Convencido pelos aliados de que não terá alternativa a não ser renunciar para tentar salvar o mandato, e diante dos temores cada vez maiores de seu partido de perder a vaga definitivamente para o interino Tião Viana (PT-AC), Renan autorizou o líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), a agilizar as consultas na bancada para tentar construir uma candidatura de consenso. O nome preferido de Renan e do ex-presidente José Sarney (AP) é o de José Maranhão (PB), mas Garibaldi Alves (RN) desponta como uma alternativa capaz de unir os peemedebistas.

- Renan oferece ao PMDB a possibilidade de fazer seu sucessor, mas mandou dizer que quer uma saída para a saída dele - confidenciou um peemedebista.

Com o aval de Renan, Raupp sondou Tião Viana para tentar saber se ele estaria disposto a convocar eleição para a presidência do Senado antes da votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a CPMF. O líder peemedebista admitiu que a bancada está apreensiva com rumores de que o senador petista teria mandado fazer um levantamento dos gastos de senadores no ano passado e pudesse usar isso como arma numa possível candidatura à sucessão de Renan. Tião foi enfático na resposta:

- Essa vaga é do Renan e do PMDB. Não quero criar confusão, ainda mais sendo da base do governo. Com acordo, a eleição pode ser feita em uma semana. Qualquer que seja o candidato do PMDB, terá meu voto.

Renan chegou à conclusão de que, se não tomasse a iniciativa, o PMDB poderia perder o controle da situação na votação da CPMF, reduzindo suas chances de influenciar na escolha do sucessor. Renan quer a garantia de um acordo para evitar sua cassação em plenário. Um aliado na cadeira de presidente do Senado seria fundamental para isso.

Péres quer ouvir quatro testemunhas indicadas por Renan

O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator da terceira representação contra Renan, anunciou nesta quinta-feira que pretende ouvir na próxima quarta-feira as quatro testemunhas arroladas pelo senador alagoano para tentar esclarecer a denúncia de que ele teria usado laranjas na compra de uma rádio e um jornal em Alagoas. Entre eles estão o governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela, o empresário João Lyra - autor da denúncia - e Idelfonso Tito Uchôa, suposto laranja de Renan.

- Mandei notificar todos, mas nenhum deles pode ser obrigado a vir, como acontece na CPI. Estou tentando convencer o João Lyra a depor em sessão reservada e quem sabe aceitar uma acareação com Renan - adiantou Peres.

Ele praticamente descartou a possibilidade de atender o pedido de Renan para que sejam realizadas perícias nos documentos apresentados por Lyra para tentar comprovar sua sociedade oculta e uma auditoria nas contas do empresário alagoano.

- Eu não sou obrigado a acatar tudo que ele pede e isso poderia atrasar a apresentação do meu relatório - justificou.

Nesta quarta-feira, Péres afirmou não saber se vai condenar ou absolver Renan, apesar das pressões que tem sofrido para condená-lo e enterrar os demais processos que correm no Conselho de Ética.

Senado cumpre ordem de Renan e abre sindicância contra servidor

Em cumprimento a uma ordem assinada por Renan na véspera de anunciar sua licença da presidência do Senado, o primeiro-secretário da Casa, Efraim Moraes (DEM-PB), publicou nesta quinta-feira uma portaria determinando a abertura de uma sindicância para "apurar a veracidade das afirmações que têm sido veiculadas na imprensa pelo servidor Marco Santi, consultor legislativo". Antes do primeiro julgamento de Renan no plenário, Santi se demitiu do cargo de adjunto da secretária geral da Mesa do Senado, Cláudia Lyra, sob a alegação de que estaria recebendo pressões para ajudar na defesa do senador alagoano. A medida está sendo interpretada por alguns senadores como uma tentativa de intimidação e perseguição ao servidor.

- É mais uma comprovação de que Renan extrapolou de suas atribuições de presidente do Senado até a véspera de sua licença. Ele usou o cargo até o último minuto e ainda está tentando retaliar um funcionário que denunciou essa ingerência sua - indignou-se o líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES).

A disposição de Casagrande é de acompanhar de perto a sindicância aberta contra Santi. Além disso, ele pretende cobrar do presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), a convocação de uma reunião já na próxima semana para votar um requerimento seu propondo a convocação do ex-secretário. Assim sendo, há quem aposte que a suposta tentativa de intimidação arquitetada por Renan contra Santi poderá ter efeito contrário e atingir inclusive sua superiora imediata, Cláudia Lyra, uma das fiéis escudeiras do presidente licenciado do Senado durante todo seu calvário.

Preocupado com a repercussão negativa da iniciativa de Renan, o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), ainda segurou o pedido de abertura da sindicância por duas semanas, temendo que a iniciativa pudesse levantar suspeitas de que o funcionário estaria sendo intimidado. Mas sem brechas jurídicas para impedir o encaminhamento de um ato assinado pelo titular, o pedido foi enviado à Primeira Secretaria, que abriu a sindicância.

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