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A comissão de três relatores do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é contrária à investigação imediata das denúncias de que ele teria atuado em favor da Schincariol para impedir a cobrança de uma dívida de R$ 100 milhões com o INSS. Para os relatores, o Conselho de Ética deve continuar em cima da apuração das acusações de que Renan recebeu ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais.

"Se for incorporando coisas, o processo ficará sem solução", disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores. "Sou absolutamente contra. Processualmente, isso não existe", afirmou Almeida Lima (PMDB-SE), relator e aliado de Renan.

O discurso foi compartilhado pelo terceiro relator, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). "Tem que haver nova representação. O plenário do conselho é soberano e decidiu os itens da linha de investigação. Os relatores não podem sair dessa linha. Não podemos investigar itens que não sejam aqueles que foram acertados", afirmou.

Segundo reportagem da revista "Veja", uma operação possibilitou à família de Renan vender uma fábrica de tubaína em Murici (AL) por R$ 27 milhões para a Schincariol, embora a empresa estivesse com problemas financeiros e não valesse mais do que R$ 10 milhões.

O PSOL promete pedir ainda nesta semana para que as novas denúncias contra Renan sejam incluídas na investigação do Conselho de Ética sobre ele. "Isso não envolve o presidente Renan diretamente. São atos do irmão dele", disse Casagrande, referindo-se à ligação do irmão de Renan, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL) nesta transação.

A reportagem afirma ainda que Renan teria atuado em favor da Schincariol no INSS, para impedir que a dívida de R$ 100 milhões da cervejaria fosse executada, e na Receita Federal, contra a multa por sonegação de impostos. Em nota publicada nos jornais desta segunda (9), a Schincariol diz repudiar "as ilações que relacionam suas decisões de negócio a questões políticas".

Renan não comentou o assunto nesta segunda. Ele esteve em São Paulo, onde visitou o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), internado no Incor da cidade desde o dia 13 de junho.

Perícia

A comissão de relatores pretende pedir à Mesa Diretora nesta terça-feira (10) a formalização da solicitação da perícia final da Polícia Federal nos documentos apresentados por Renan.

Os relatores devem dar um prazo de cinco dias para o presidente do Senado entregar novos documentos. A partir daí, a perícia deve ser feita. A PF estimou um prazo de 20 dias para sua conclusão.

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