Paulistas
Propaganda em que Lula elogia Dilma é suspensa
Agência Estado
São Paulo - Em São Paulo, o PMDB e tucanos já estão juntos. Tanto que obtiveram ontem na Justiça Eleitoral a suspensão da propaganda partidária que o PT vinha exibindo na TV apenas para São Paulo. Na peça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta aproximar sua pré-candidata à Presidência, ministra Dilma Rousseff, do estado. Na propaganda, Dilma afirma que tem "muito carinho e respeito" por São Paulo e Lula emenda que ela é uma "mineira com a cara e a alma de São Paulo".
O governador Roberto Requião ameaçou ontem apoiar a candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à Presidência da República se o PT insistir na aliança com o senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo do Paraná e desafeto de Requião desde as eleições de 2006. "(Orlando) Pessuti terá o apoio de Lula ou PMDB-PR apoiará (José) Serra. Gostemos ou não, esta é a realidade do Paraná." A declaração feita por Requião por meio do seu Twitter (sistema de microblog) movimentou o cenário político estadual.
Essa é a primeira vez que o governador fala abertamente sobre uma aliança do PMDB com o PSDB. Embora a proximidade de Requião com Serra e com a ala do PMDB paulista que apoia a candidatura do tucano seja antiga, até hoje ele não tinha admitido abertamente a possibilidade de estar com o PSDB na eleição presidencial. Deputados do próprio partido do governador e aliados petistas, porém, não acreditam que Requião leve adiante a ideia.
"Eu entendi a frase nós se finge de leitão para mamar deitado como uma declaração de apoio à Dilma", afirmou o presidente do PT estadual, Ênio Verri. A declaração foi feita por Requião na sexta-feira em Araucária, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da minsitra Dilma Rousseff, e no sábado, durante encontro estadual do PMDB, no Jockey Club, em Curitiba. Os deputados peemedebistas, Luiz Claudio Romanelli e Nereu Moura, também declararam não acreditar num eventual apoio de Requião a Serra.
No estado
A possibilidade do apoio de Requião a Serra se estender a um acordo estadual com o prefeito Beto Richa, pré-candidato tucano ao governo, é descartada pelo deputado Valdir Rossoni, presidente da legenda no estado. Ele admite que o governador junte-se a Serra, mas não a Richa. "Todo apoio ao nosso candidato à Presidência é bem vindo. Só ao Serra."
Requião e Richa trocam farpas desde que o prefeito apoiou Osmar Dias na eleição de 2006. Depois disso, Requião acusou o irmão do prefeito, José Richa Filho, de desviar R$ 10 milhões do Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Richa chegou a chamar o governador de "desequilibrado".
Tudo isso pode ser esquecido em nome de objetivos eleitorais do dois lados com a aliança. O governador consegueria apoio para a candidatura dele ao Senado Federal e o PSDB garantiria o apoio do maior partido do Paraná, o PMDB, para a candidatura de José Serra à Presidência da República e ao próprio Richa, pré-candidato a sucessão de Requião. Hoje o PSDB cogita lançar o deputado federal Gustavo Fruet como candidato a senador."Na verdade o Requião quer servir o Beto Richa (PSDB), num acordo branco ou informal para apoiar a candidatura do PSDB ao governo do estado", acusou o deputado federal André Vargas (PT).
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