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Inauguração de escola com clima eleitoral
O nome do vice-governador Orlando Pessuti, e aposta do PMDB à sucessão do governo estadual, foi lembrado em Ponta Grossa durante a inauguração das obras de reconstrução do Instituto de Educação César Prietto Martinez no final da tarde de ontem. "Meu sucessor Orlando Pessuti vai tocar o projeto de construir escolas extraordinárias no interior do Paraná", avisou o governador Roberto Requião (PMDB).
Entre as faixas de agradecimento colocadas no colégio para homenagear a atual equipe de governo, algumas eram dirigidas ao pré-candidato. Pessuti estará hoje de manhã em Ponta Grossa participando de uma reunião do PMDB, que discutirá a candidatura própria do partido ao governo estadual e as pré-candidaturas de deputados federais e estaduais da região.
Em Ponta Grossa, Requião foi recebido como uma celebridade pelos alunos e professores do colégio, que tem 2,3 mil estudantes. Ganhou lembranças e até pedidos para posar para fotos. Ele dividiu o palanque montado na quadra de esportes reformada com os secretários Julio Cesar de Souza Filho (Obras) e Yvelise Arco-Verde (Educação). O governador, que perdeu para Osmar Dias (PDT) nas eleições de 2006 em Ponta Grossa, foi elogiado pelo prefeito Pedro Wosgrau Filho (PSDB). "Você pode contar com o povo de Ponta Grossa", sugeriu o prefeito. Além de inaugurar obras, Requião esticou sua passagem por Ponta Grossa para receber, à noite, o título de Cidadão Honorário em sessão solene na Câmara Municipal.
O Instituto de Educação e a sede do Núcleo Regional de Educação, que funciona no anexo do prédio, consumiram R$ 4,3 milhões. A obra só saiu depois de pedidos de interdição porque o teto do corredor principal ameaçava cair. Os deputados estaduais Jocelito Canto (PTB) e Péricles de Mello (PT), da base aliada do governo, enalteceram a iniciativa e foram apoiados por prefeitos da região, que também apareceram no evento. (MGS)
Ponta Grossa - "O Lula diria que isso é uma verdadeira maracutaia", afirmou ontem o governador Roberto Requião, ao ser questionado sobre a polêmica envolvendo uma suposta proposta de superfaturamento em uma obra ferroviária que teria partido do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, uma das principais lideranças petistas.
O governador, que estava de passagem por Ponta Grossa para algumas inaugurações, voltou a insistir na denúncia de oferta de superfaturamento, afirmando que o ministro daria "um presente" à América Latina Logística (ALL), que opera o sistema ferroviário no Paraná.
Durante a semana, o governador disse, na escola de governo da última terça-feira, que a pasta de Bernardo sugeriu um valor aproximado de R$ 540 milhões para o desvio ferroviário entre Guarapuava e Ipiranga. O valor real da obra, segundo Requião, giraria em torno de R$ 200 milhões.
Com a medida, a ALL deixaria de pagar R$ 52 milhões por ano ao Governo Federal. O valor seria destinado para a amortização do empréstimo feito pelo BNDES, que pagaria a empreiteira responsável pelo desvio. "Ele (Bernardo) estaria dando o trecho de presente para a ALL", critico Requião.
O deputado estadual Péricles de Mello (PT), que é da base aliada do governo estadual e acompanhou Requião na visita a Ponta Grossa ontem, amenizou a situação. "Foi um problema de interpretação. Quando se fala em concorrência pública, os cálculos para os preços de concessão são diferentes. Acho que foi um grande mal entendido", afirmou.
Justiça
Paulo Bernardo voltou a afirmar ontem, durante reunião em Itaipu, em Foz do Iguaçu, que o governador mentiu ao acusá-lo de propor um esquema de superfaturamento. Bernardo se referiu ainda aos comentários de Requião ao ser responsabilizado pela baixa participação do Paraná no orçamento federal desse ano, cerca de R$ 4,5 bilhões, a segunda menor entre os estados brasileiros.
"Ele (Requião) fez algumas insinuações ao meu respeito que serão respondidas na Justiça. Ele mentiu, faltou com a verdade. Eu já determinei ao advogado que prepare as devidas ações e tome providências em relação a isso", apontou o petista. Quanto a ser responsabilizado pelo governador pelo montante tímido de recursos federais destinado ao estado, rebateu apontando para o que considera "abusivo e ilegal" da parte do governador. "Ele tem uma postura lamentável de usar a estrutura do governo, principalmente a TV Paraná Educativa, para atacar adversários".
Colaborou Fabiula Wurmeister, da sucursal de Foz do Iguaçu.
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