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O governador Roberto Requião confirmou ontem diante de um juiz a denúncia que tem feito contra o prefeito de Curitiba, Beto Richa. Requião afirmou ter ouvido do empresário Darci Fantin, dono da empreiteira DM, que o irmão de Beto, José Richa Filho, teria desviado R$ 10 milhões do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná, onde era diretor. O dinheiro, por meio da DM, teria ido parar na campanha de Beto para o governo do estado em 2002.

O depoimento foi dado ontem ao juiz da 16.ª vara Cível, Marcos Vinícius da Rocha Loures Demchuk. O governador foi intimado a depor no processo aberto pela publicitária Cila Schulman, coordenadora de comunicação da campanha de Beto Richa na época, e que na versão contada por Requião seria uma intermediária do dinheiro. O juiz marcou nova audiência para 19 de abril, para a qual Darci Fantin será intimado.

Segundo o governador, Fantin teria feito a afirmação também ao procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, e ao chefe do Cerimonial do Palácio, Jacir Bergmann II, que também serão intimados a prestar depoimento como testemunhas.

Cila Schulman processa Requião por calunia, injúria e difamação em função de afirmações parecidas feitas durante a "escolinha de governo" em abril de 2004. Na época, ele não citou o nome do empresário que lhe relatou o repasse do dinheiro e nem por intermédio de quem teria sido feito o pagamento.

Ontem, além de citar Darci Fantin, reafirmou ter ouvido do empresário que o repasse teve a ajuda de José Richa Filho, então diretor financeiro do DER. "O empresário me disse: você é amigo do Scalco e eles montaram esse procedimento administrativo e pediram a mim que recebesse. Eu não fiquei com esse dinheiro. Esse dinheiro foi entregue à Cila Schulman", disse Requião ao juiz. De acordo com o governador, o empresário tentava convencer o estado a desistir de uma ação para a devolução do dinheiro.

Fantin emitiu nota no dia 14 de fevereiro desmentindo as palavras do governador. Após a audiência, Requião fez um comentário informal relatando que Fantin teria telefonado para ele dizendo que emitiria a nota e depois sumiria. Iria para o Mato Grosso e não queria mais falar sobre o assunto. O juiz diz que se ele não comparecer à audiência será conduzido sob vara, acompanhado de policiais militares.

A publicitária diz que foi prejudicada profissionalmente pelas afirmações do governador, em 2004. "Tinha na época dois convites para trabalhar em Curitiba para duas campanhas eleitorais para a prefeitura. Aquilo (as afirmações de Requião) foi um escândalo na época. Essas negociações não puderam ser desenvolvidas. Era de se entender que para os candidatos, mesmo sabendo que não era verdade, não ficava bem", disse Schulman. Seis meses depois, como o governador não falou mais sobre o assunto, ela foi chamada para trabalhar para o segundo turno da campanha de Beto Richa. "Estamos falando de R$ 10 milhões, dinheiro que eu nunca vi", disse Schulmann.

O advogado de Requião, Mário Lobo, afirma que não houve dano à publiciária. "O governador em nenhum momento disse que ela havia recebido dinheiro. Apenas se referiu a uma conversa que teve com um empresário", diz o advogado. Já o defensor da publicitária, Luiz Fernando Pereira, diz que ela está sendo usada por Requião em uma disputa política com Beto Richa.

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