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Deputado criticou a TV Educativa

A briga entre Roberto Requião e o deputado federal Eduardo Sciarra (DEM) ganhou fôlego quando o parlamentar criticou duramente o uso da televisão Educativa por parte do governador para ataques a adversários políticos. Requião disse que seus opositores não vão conseguir calar a televisão estatal e mandou o parlamentar "calar a boca". Em resposta, Sciarra afirmou que não está entre os que o governador manda "calar a boca, como faz na sua escolinha", referindo-se ao encontro semanal com o secretariado de estado.

"Ao contrário de me intimidar, atitudes como agressões morais e mentiras me estimulam mais ainda na busca por honestidade, transparência administrativa e eficiência na gestão do patrimônio público", defendeu-se Sciarra.

O governador Roberto Requião (PMDB) acusou ontem, durante a escola de governo, o deputado federal Eduardo Sciarra, vice-presidente nacional do DEM, de facilitar a venda subfaturada da fazenda Leonópolis, de 3,3 mil hectares, em Inácio Martins, no ano de 2001, para duas empresas privadas. Na época, Sciarra era o secretário estadual de Indústria e Comércio e presidente do Conselho de Administração da Ambiental Paraná Florestas S.A., órgão vinculado ao governo que detinha a posse das terras.

"O Sciarra terá de dar explicações ao Ministério Publico (MP)", disse Requião. A fazenda pertencia à Madeirit Agro Florestal S.A. e em 1996 passou para as mãos do Banestado como pagamento de dívidas. Em fevereiro de 2000, com a privatização do banco, as terras foram para o estado. No ano seguinte, através de decreto, a área foi transferida para a Agência de Fomento e, posteriormente, ficou sob a administração da Ambiental Paraná.

Segundo o atual presidente da Ambiental Paraná, Djalma de Almeida César, apenas 12 dias depois a fazenda foi alienada para as empresas Sudati e Guararapes, que industrializam compensados de madeira. O valor do negócio foi de R$ 3,2 milhões. "Quando assumiu o governo, em 2003, Requião pediu uma auditoria e foi constatado subfaturamento. A avaliação foi de que (a área) valia cerca de R$ 22 milhões", afirmou. Ele disse ainda que, já na gestão Requião, foi feito um acordo entre o governo estadual e as empresas pagaram outros R$ 18 milhões pela área, o que demonstraria que a venda efetivamente tinha sido subfaturada.

"Os que venderam a fazenda é que têm de ser punidos. Levei essa história ao Ministério Público. Mas as punições andam de vagar", disse o governador, pedindo atenção especial do procurador-geral de Justiça, Milton Riquelme de Macedo, ao caso. Requião pediu ainda que se verificasse o contrato social das empresas Sudati e Guararapes. O deputado Sciarra afirmou que Requião fez uso de acusações levianas com a intenção de atrair a atenção da mídia e que tomará as medidas judiciais cabíveis em relação ao governador. Segundo o parlamentar, a negociação em torno da fazenda começou em dezembro de 2000, antes, porém, de a Ambiental Paraná passar à vinculação da Secretaria de Indústria e Comércio.

Sciarra atribuiu ainda a venda à Agência de Fomento. De acordo com ele, a autarquia tinha autonomia jurídica e administrativa para realizar a gestão das terras. "Querer envolver meu nome na operação é, no mínimo, má fé e desejo de calar quem faz oposição séria."

Especulava-se ainda que o governador pudesse usar o caso da venda da floresta para atingir o líder da oposição na Assembléia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB). Mas Requião sequer o citou ontem.

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