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Roberto Requião (PMDB) foi o candidato que mais gastou em relação ao número de votos recebidos entre os sete governadores eleitos do Sul e do Sudeste. O paranaense teve a despesa de R$ 4,80 por eleitor conquistado, mais que o dobro dos R$ 2,09 de José Serra (PSDB) em São Paulo. A comparação é ainda mais marcante com a governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), que gastou R$ 1,01 por voto.

Os dados são baseados na prestação de contas dos políticos aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de seus estados. Requião declarou receita de R$ 12.904.992,12 e despesa de R$ 12.898.508,88, gastos superiores em 80% aos declarados por Osmar Dias (PDT), que gastou R$ 2,70 por voto.

Em comparação com 2002, Requião teve despesas quase quatro vezes maiores em 2006. Há quatro anos, o peemedebista gastou ao todo R$ 3.594.066,29, ou seja, R$ 1,34 por cada um dos 2.681.811 votos que recebeu no segundo turno, quando venceu Alvaro Dias (PSDB). No segundo turno deste ano, gastou R$ 9,3 milhões a mais, mas teve um acréscimo de somente 6,8 mil votos.

O tesoureiro de campanha da chapa de Requião, Milton Buabssi, explica que o aumento nas despesas declaradas se deve ao rigor das novas exigências do TSE. "Antes havia muita coisa que não era solicitada pela legislação eleitoral na prestação de contas. Agora, por exemplo, é necessário discriminar todos os gastos com encargos sociais de quem trabalhou na campanha", diz.

Ele prefere não comentar as declarações prestadas por candidatos em outros estados. Mas qualifica como "humanamente impossível" que Yeda tenha gastado R$ 1,01 por voto no Rio Grande do Sul. "Não duvido do que foi dito pelos outros, mas o custo para operacionalizar uma campanha em um estado grande como o Paraná é alto. Só com aeronaves, gastamos R$ 1,6 milhão."

Para o representante da organização independente Transparência Brasil (entidade que divulga dados e gastos de políticos brasileiros), Cláudio Weber Abramo, é normal que a despesa por voto em estados com menos eleitores seja maior. Em todo Brasil, o estado com a eleição mais cara foi Tocantins, onde Marcelo Miranda (PMDB) gastou R$ 6.900.109,04 para receber 340.824 votos. "Toda campanha tem os seus custos fixos, com produção de televisão, por exemplo, que acabam ficando parecidos de estado para estado", explica.

Abramo cita que é necessário comparar os números das eleições deste ano com anteriores para outros cargos para se chegar a uma análise mais profunda. Na última eleição para prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) gastou por voto recebido quase três vezes mais que Requião. O tucano declarou despesas de R$ 4.167.472,00 para os 329.451 votos recebidos.

Outra comparação seria com as campanhas para a Câmara Federal. Só o deputado federal eleito Rodrigo Rocha Loures (PMDB) gastou R$ 32,77 por cada um dos 89.204 votos que recebeu neste ano. Ele gastou ao todo R$ 2.923.137,58, quantia que no Paraná foi inferior apenas à que foi gasta pelo também deputado federal Alfredo Kaeffer (PSDB), que despendeu R$ 2.949.964,25 para receber 158.659 votos.

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