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Requião: denúncia à Mesa Executiva do Senado | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Requião: denúncia à Mesa Executiva do Senado| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Três anos depois do escândalos da "farra das passagens" no Congresso, o senador paranaense Roberto Requião (PMDB) voltou a levantar suspeitas de irregularidades envolvendo os bilhetos aéreos usados pelos parlamentares. Na última segunda-feira, o peemedebista denunciou no plenário da Casa que o Senado teria pago muito caro uma passagem aérea que o levou para Montevidéu, no Uruguai, R$ 3,4 mil.

Segundo o senador, as passagens compradas por ele em uma agência de viagens de Curitiba para que sua esposa, Maristela Requião, o acompanhasse no mesmo voo custaram R$ 1,6 mil. "Significa que a agência pagou pela minha passagem mais do que o dobro do que qualquer cidadão pagaria se retirasse a passagem diretamente", criticou Requião, que viajou a Montevidéu para participar de uma reunião do Parlasul.

O senador encaminhou cópia das reservas feitas pelo Senado e das que foram feitas por ele à Mesa Executiva da Casa, pedindo providências. Segundo a assessoria do Senado, a denúncia ainda não foi formalizada.

O serviço de reserva e compra de passagens aéreas para o Senado Federal é feito desde agosto de 2011 pela agência de viagens Turismo Pontocom, com sede em Brasília. O contrato coma empresa prevê pagamentos de até R$ 3,2 milhões por ano.

A reportagem entrou em contato com a empresa ontem e uma funcionária limitou-se a dizer que a agência irá enviar toda a documentação ao Senado para que não haja dúvidas quanto às reservas e compras e que não daria outras declarações a respeito até que o "equívoco" fosse esclarecido pela própria Mesa do Senado.

Segundo a empresa, Requião teria viajado a Montevidéu a partir de uma cidade diferente da que Maristela saiu. Requião teria partido de Salvador e Maristela de Curitiba. Essa seria a razão para a diferença de valores.

No entanto, uma consulta feita ontem pela reportagem aos sites das principais empresas aéreas que fazem o roteiro mostra que partindo de Salvador a passagem seria cerca de R$ 200 mais cara que de Curitiba – de R$ 1.700 passaria para R$ 1.900. Ainda assim, o bilhete pago pelo Senado saiu bem mais caro.

Farra

Em 2009, o escândalo conhecido como a "farra das passagens" fez o Congresso mudar as normas que regulam a utilização de bilhetes aéreos pelos parlamentares. Na época, uma comissão de sindicância no Congresso foi instituída para investigar a suspeita de fraude e comércio ilegal dos créditos concedidos mensalmente aos deputados.

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