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O chef Joachim Koerper, do restaurante Eleven, disse ontem à Folha de S.Paulo que recebeu funcionários da Embaixada do Brasil em Lisboa para uma "vistoria" na véspera da visita da presidente Dilma Rousseff e de membros da sua comitiva ao local. Isso contraria a versão apresentada na segunda-feira pelo ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) para a passagem da delegação brasileira pela capital portuguesa, fato que havia sido omitido da agenda presidencial.

Dilma fez uma escala em Portugal quando voltava da viagem à Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, antes de chegar a Cuba no domingo. Sem compromissos oficiais em Lisboa, Dilma jantou no Eleven, um dos três únicos restaurantes da cidade a ter uma estrela no guia "Michelin", e ficou hospedada no Ritz Four Seasons, um dos mais luxuosos da capital.

"Havia duas possibilidades. Viu-se que havia previsão de mau tempo no nordeste dos Estados Unidos. Então houve uma decisão de que o voo mais seguro seria com escala em Lisboa", declarou o ministro, em Cuba.

Na edição de ontem, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que o embaixador Almeida Lima, diretor do cerimonial do governo português, estava incumbido desde quinta-feira de preparar a recepção da presidente.

Oposição

Após questionamentos no Ministério Público Federal, a oposição ingressou ontem com uma representação contra a presidente na Comissão de Ética Pública da Presidência para analisar se ela infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal em sua escala em Portugal.

Na ação, o PSDB alega que a presidente feriu a determinação de condutas éticas para as altas autoridades ao realizar a parada em Lisboa se hospedando em hotel de luxo sem compromissos oficiais e sem divulgar a agenda.

Defesa

Dilma rebateu ontem as críticas de que tenha feito uma parada desnecessária em Lisboa, negando também ter ido a um restaurante caro usando recursos públicos. "Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta", disse Dilma. Referindo-se à necessidade de se fazer uma escala em Lisboa a caminho de Havana, Dilma afirmou que o Aerolula não tem autonomia de voo.

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