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  • Apoio do governador Aécio Neves (esq.) e do prefeito Fernando Pimentel (dir.), ambos populares, não foi suficiente para eleger Márcio Lacerda em Belo Horizonte

O governador Roberto Requião (PMDB) tem bastante companhia para lamentar as eleições municipais deste ano. Assim como ele, muitos governadores viram seus candidatos perderem a disputa pelas prefeituras das capitais. Das 26 capitais, 14 delas viram o político apoiado pelo líder estadual perder a eleição ou ficar de fora da disputa pelo segundo turno. Isso ocorreu mesmo nos casos em que o governador foi bem avaliado pelos eleitores. Por isso, mesmo antes do segundo turno, que ocorrerá em 11 capitais, é possível afirmar: a transferência de votos nas eleições 2008 foi quase nula.

Mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vem batendo recordes de aprovação popular, não foi capaz de vitaminar algumas candidaturas, como a de Marta Suplicy, em São Paulo. Apesar de a petista ter passado para o segundo turno, pesquisa Datafolha mostra que ela tem apenas 37% das intenções de voto. o que indica que deve perder a eleição para Gilberto Kassab (DEM).

Entre os governadores que pretendiam dar "uma lavada" nos adversários estava Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais. Segundo pesquisa Ibope do fim de agosto, sua gestão é considerada ótima por 40% dos eleitores da capital; outros 47% a consideram boa. Aécio e o petista Fernando Pimentel, prefeito também bem avaliado de Belo Horizonte, contavam com uma vitória fácil no primeiro turno do candidato Márcio Lacerda (PSB), apoiado pela dupla tucano-petista. Mas a decisão será apenas no segundo turno e, ao que tudo indica, não será tarefa fácil para a situação: Lacerda obteve 44% dos votos válidos, pouco a mais que o segundo colocado, Leonardo Quintão (PMDB), com 41%.

No Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral também pode encontrar dificuldades para eleger seu colega de partido, Eduardo Paes (PMDB). Com 32% dos votos válidos no primeiro turno contra 26% de Fernando Gabeira (PV), Paes vê o adversário inverter o jogo nas pesquisas do segundo turno. Eles estão tecnicamente empatados. Mas Gabeira aparece na frente com 43% contra 41% do peemedebista.

Para o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UNB) Davi Fleischer, Cabral já conseguiu realizar uma grande proeza, pois Paes iniciou a disputa bem atrás nas pesquisas, com menos de 10% das intenções de voto.

O analista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro A Cabeça do Eleitor, tem opinião diversa. "No caso do Rio, o que o candidato do governador fez foi criar um fato político. Paes foi para um programa de televisão e disse que faria unidades de pronto de atendimento de saúde com o apoio do governo estadual." Para Almeida, não houve nenhum caso de transferência de voto nas eleições deste ano. "O apoio não vira voto. Só vira voto quando o candidato apoiado já tinha muitas chances de ganhar", afirma.

No Recife, o candidato petista João da Costa venceu a eleição no primeiro turno com o apoio de Eduardo Campos (PSB). Mas este parece ter sido mais um caso de continuísmo do que de transferência de voto. A administração do atual prefeito, João Paulo, também do PT, reeleito em 2004, foi considerada boa ou ótima por 65% dos entrevistados pelo Ibope no fim de agosto.

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