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Na semana passada, o criminalista Alberto Toron, que defende o presidente da UTC, afirmou que a negociação de um acordo de colaboração com o MPF continuaria | Zanone Fraissat/Folhapress
Na semana passada, o criminalista Alberto Toron, que defende o presidente da UTC, afirmou que a negociação de um acordo de colaboração com o MPF continuaria| Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

O presidente da UTC, Ricardo Pessoa, acusado de ser o coordenador do cartel conhecido como “Clube das Empreiteiras”, preferiu ficar em silêncio ao ser interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro. Nesta segunda-feira, a Justiça do Paraná começou a ouvir os executivos acusados de participar do esquema de corrupção na estatal. O silêncio de Pessoa é um indício de que o empreiteiro está próximo de assinar um acordo de delação.

Na semana passada, o criminalista Alberto Toron, que defende o presidente da UTC, afirmou que a negociação de um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal continuaria apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter concedido um habeas corpus para Pessoa e outros oito empreiteiros.

“As negociações continuam”, afirmou Toron na quarta-feira passada, na entrada da Justiça Federal do Paraná.

O impasse na colaboração seria a delação de políticos. Segundo agentes que participam das negociações, Ricardo Pessoa vinha negando sistematicamente a intenção de falar nomes. Contudo, com o início da fase final do julgamento, o empreiteiro está reavaliando sua posição. De todos os executivos presos na Operação Lava Jato, Pessoa era quem tinha mais proximidade com o PT.

Além de Pessoa, foram ouvidos os executivos da Camargo Corrêa Dalton Avancini, Eduardo Leite e João Auler. Como previsto, Leite e Avancini, que fizeram delação premiada, confirmaram a existência de um acordo entre as principais construtoras do país para definir quem ia ganhar as licitações na Petrobras.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), as empreiteiras pagavam de 1% a 3% do valor de cada obra na Petrobras a diretores da estatal e a partidos políticos — entre eles o PT, o PMDB e o PP — para garantir o funcionamento do cartel. Entre 2004 e 2014, cerca R$ 6 bilhões foram desviados da estatal, segundo os investigadores.

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