Recuo
Ao aceitar ser vice de Requião, deputada do PV perde apoio da Rede
O diretório provisório no Paraná da Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva pretende criar, retirou oficialmente o apoio à candidatura da deputada federal Rosane Ferreira (PV). Ela havia se lançado como pré-candidata ao governo do Paraná, mas resolveu aceitar o convite para ser vice na chapa encabeçada pelo senador Roberto Requião (PMDB) na disputa pelo Palácio Iguaçu.
Em nota oficial, a Rede esclarece que o apoio a Rosane "sempre esteve vinculado à candidatura própria do Partido Verde" e que a confirmação dela como vice em qualquer uma das outras chapas resultaria na retirada de apoio do partido. Ainda segundo a nota da Rede, "toda e qualquer deliberação de apoio a candidatos ao governo do Paraná só se dará caso haja entendimento e referendo da Executiva Nacional do partido e do diretório provisório no Paraná".
Dois dos três principais candidatos ao governo do Paraná Beto Richa (PSDB) e Gleisi Hoffmann (PT) deixaram para a última hora a definição dos nomes de seus vices. Aliados dos dois concorrentes aproveitaram o último dia para realizar convenções para negociar acordos que lhes garantissem mais apoios partidários ou para aparar arestas entre as siglas aliadas na divisão de espaço nas chapas eleitorais.
INFOGRÁFICO: Veja o tempo de TV de cada candidato ao governo
Candidato à reeleição, o governador Beto Richa conseguiu incluir o grupo político do ex-deputado federal Ricardo Barros (PP) e o PSD em sua chapa. Mulher de Barros, a deputada federal Cida Borghetti (Pros) será a candidata a vice-governadora na chapa de Richa. O deputado federal Eduardo Sciarra (PSD) será o coordenador de campanha do tucano. Além disso, o candidato do PHS, Silvio Barros, irmão de Ricardo Barros, desistiu de disputar o Palácio Iguaçu e irá apoiar o governador.
Inicialmente, o PSDB contava com um candidato do PMDB para ocupar a vaga de vice. Depois de os peemedebistas decidirem pela candidatura própria do senador Roberto Requião ao governo, a bola da vez para ser vice de Richa passou a ser o deputado federal Ratinho Jr. (PSC). Entretanto, ele se candidatar a deputado estadual.
Dor de cabeça
O vice de Gleisi ainda não foi definido. A escolha do companheiro de chapa, bem como o candidato a senador pela coligação liderada pelo PT, virou uma dor de cabeça para Gleisi. PDT, PCdoB e até mesmo dissidentes petistas brigavam pela vaga ao Senado. Os grupos permaneceram reunidos até o final da noite de ontem, mas não chegaram a um consenso. A situação pode ser resolvida na tarde desta terça-feira, quando haverá novas reuniões.*
Para atrair o PCdoB, que também negociava com o candidato Roberto Requião (PMDB), o PT ofereceu a vaga de candidato a senador para Ricardo Gomyde (PCdoB) no domingo deixando a vaga de vice para o PDT. A decisão desagradou os pedetistas. Segundo fontes internas da legenda, a vaga de senador já estava acertada com o partido, que se sentiu traído pelo PT.
O vereador Jorge Bernardi (PDT), que pretendia concorrer ao Senado na chapa, disse estar a caminho de uma reunião com o PT por volta das 21 horas. Sua sugestão seria manter a candidatura de Gomyde ao Senado e que o PDT lançasse um candidato avulso, além do vice de Gleisi.
Além da rusga entre partidos aliados, o nome de Gomyde ou de um pedetista encontrava resistência dentro do próprio PT. Militantes fizeram uma manifestação na frente da sede do partido no último domingo pedindo que o PT lançasse um candidato próprio para o Senado. O deputado federal Dr. Rosinha e o militante petista Cláudio Ribeiro foram apresentados como opções.
Bloco
Do lado da chapa tucana, Cida Borghetti será apresentada oficialmente como candidata a vice hoje, às 10 horas, na sede do PSDB do Paraná. Completa a chapa o senador Alvaro Dias (PSDB), candidato à reeleição no Senado. Segundo a assessoria de imprensa do PSDB, acordos para as eleições proporcionais ainda não estavam fechados até o fechamento desta edição.
Com o apoio do Pros, do PHS e do PSD, o bloco de apoio a Richa chegou a 15 partidos. Outros dois partidos ainda poderiam confirmar apoio a sua candidatura: o PEN e o PPS.
Cida não era a primeira opção de Richa para o cargo.
Primeiro de todos
Requião foi o primeiro dos três principais candidatos ao governo a fechar sua chapa majoritária. No sábado, ele anunciou a deputada federal Rosane Ferreira (PV) como vice e o suplente de depuado Marcelo Almeida (PMDB) como candidato a senador. PV e PPL apoiam o peemedebista.
Seis "nanicos" vão concorrer
Entre os outros partidos que confirmaram candidatura própria para o Palácio Iguaçu, está o PSol, que já havia lançado o nome do sociólogo Bernardo Pilotto para concorrer ao governo estadual, com Maicon Palagano na vice e Luiz Romeiro Piva para o Senado. O PSTU também terá candidatura própria para o governo, com Rodrigo Tomazi, funcionário da rede estadual de educação em Maringá. Érika Andreassy será sua vice e Evandro Castagna se candidatará ao Senado.
O PTC confirmou o advogado Tulio Bandeira como candidato ao governo do estado e Ulisses Sabino para a vice. Até a noite de ontem, o partido negociava com o PRTB, que teria o direito de indicar um nome para o Senado na chapa. Mas o PRTB também havia confirmado o economista Geonísio Marinho para o governo e Rodrigo Carlo Sottile para vice. O nome para o Senado ainda não havia sido divulgado. A vaga é disputada por Adilson Silva e Pedro Luiz Ramos de Oliveira, segundo Marinho.
Até o fechamento desta edição, o PRP também havia confirmado candidatura própria, encabeçada pelo advogado e jornalista Ogier Buchi, com Mauri Vianna para o Senado. Mas o vice não havia sido confirmado. A professora Silvana Souza é a candidata do PCB, mas o vice do partido ainda não havia sido definido. A legenda não vai lançar nome para o Senado.
Colaborou Euclides Lucas Garcia
* Atualizado às 9h10 de 01/07/2014.
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