Roberto Jefferson se licencia da presidência do PTB

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Delator e réu no processo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson vai se licenciar da presidência do PTB pelos próximos seis meses para tratamento de saúde. No lugar dele assume o vice-presidente da legenda Benito Gama, que atualmente é secretário de Desenvolvimento Econômico estadual no Rio Grande do Norte.

Gama foi informado da licença por telefone pelo próprio Jefferson na manhã desta quarta (26). Segundo o vice-presidente, o motivo do afastamento não está associado ao julgamento do mensalão. "Não tem relação. Na próxima quarta-feira, véspera das eleições, ele começa o tratamento de quimioterapia. Para o partido não ter problemas de representatividade devo assumir a presidência na próxima segunda-feira", disse Gama.

No início do último mês de agosto, exames confirmaram tumor maligno na região do pâncreas de Jefferson. Na ocasião, os médicos afirmaram que a doença está em estágio inicial.

Segundo Benito Gama, ainda não se discutiu internamente sobre o futuro de Roberto Jefferson no partido, caso o dirigente seja condenado. "Se isso acontecer, vamos pensar no momento adequado", afirmou.

O relator do processo no STF, ministro Joaquim Barbosa, apresentou voto pela condenação do dirigente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.O revisor, Ricardo Lewandoski, seguiu Barbosa no crime de corrupção passiva, mas absolveu Jefferson pelo crime de lavagem de dinheiro.

Os outros ministros estão se manifestando sobre ele hoje --Rosa Weber e Luiz Fux já votaram pela condenação.

Em junho de 2005, Jefferson deu entrevista à Folha de S.Paulo denunciando o mensalão, como ficou conhecido o pagamento a membros da base aliada em troca de apoio no Congresso. As declarações provocaram uma CPI e levaram às cassações do próprio Jefferson e do deputado José Dirceu, chefe da Casa Civil.Jefferson admitiu ter recebido R$ 4,5 milhões do esquema. Ele admitiu os recursos e justificou que o dinheiro foi distribuído entre candidatos do seu partido em troca de apoio a candidatos do PT nas eleições de 2004.