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O ex-membro da administração José Roberto Arruda, Rogério Rosso (PMDB) foi eleito neste sábado (17) governador do Distrito Federal em primeiro turno com 13 votos dos 24 deputados que votaram na eleição indireta realizada na Câmara Legislativa. Ele venceu o candidato do PT, Antonio Ibañez (PT), que teve seis votos, e o atual governador interino, Wilson Lima (PR), que teve quatro votos. Um deputado se absteve de votar.

A vice-governadora é Ivelise Longhi (PMDB). Eles tomam posse na próxima segunda-feira (19). Rosso foi presidente da Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan) no governo Arruda.

Rogério Rosso é advogado e ocupa cargos na administração pública do DF há cerca de 10 anos. No último governo de Joaquim Roriz, foi secretário de Desenvolvimento Econômico e administrador de Ceilândia e, na gestão de José Roberto Arruda, presidiu a Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan).

É reconhecido como criador do programa Pró-DF, responsável por ações de fomento a mais de 5 mil empresas na região. Entre as principais propostas estão a continuidade de obras e serviços, a redução dos cargos comissionados e de despesas da máquina pública, além da aplicação das economias nas áreas de saúde, segurança e educação.

Crise política

O Distrito Federal enfrenta uma crise política desde que a Polícia Federal deflagrou, em novembro de 2009, a Operação Caixa de Pandora. A PF investiga um suposto esquema de propina no governo distrital, envolvendo o primeiro escalão do Executivo local. As denúncias levaram à prisão e afastamento do então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) por tentativa de suborno de uma testemunha do caso em fevereiro.

Dias depois, o vice-governador Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM) renunciou ao cargo, assumindo interinamente o então presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima. Durante a prisão, Arruda teve o mandato cassado pelo TRE-DF por infidelidade partidária, deixando vago o cargo. Ele foi solto pelo Superior Tribunal de Justiça nesta segunda-feira (12), após dois meses preso.

Protestos

Manifestantes que se aglomeraram desde a noite de sexta-feira (16) em frente à Câmara Legislativa entraram em confronto com policiais militares que fazem a segurança do prédio. Segundo testemunhas, a confusão começou quando manifestantes tentaram entrar no plenário para acompanhar a eleição indireta e foram barrados pela polícia. Apenas convidados estavam autorizados acompanhar a votação de dentro da Casa.

Alguns estudantes teriam atirado pedras, pedaços e pau e latas contra policiais. Dois soldados teriam sido levados ao hospital com ferimentos e dois estudantes teriam sido presos.

Briga judicial

O período pré-eleitoral foi marcado por tentativas de impedir que as eleições indiretas acontecessem e até mesmo tirar o direito ao voto dos parlamentares que supostamente estariam envolvidos nos escândalos de corrupção.

Um dia antes do pleito, sexta-feira (16), o juiz substituto Mário José de Assis Pegado, da 6ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, negou pedido do Ministério Público para suspender a eleição indireta para o mandato tampão. A ação, impetrada, pelo Ministério Público do DF pedia o cancelamento da eleição por considerar "inadequados" os procedimentos adotados pela Mesa Diretora da Câmara Legislativa para permitir a realização do pleito.

Na quinta-feira (15), o juiz Vinícius Santos Silva rejeitou pedido liminar formulado em uma ação popular para afastar os parlamentares e convocar seus respectivos suplentes para participar da eleição indireta na Câmara Legislativa do DF

Intervenção

Em fevereiro, a Procuradoria-geral da República (PGR) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de intervenção federal no DF. Nesta sexta-feira (17), a PGR encaminhou ao STF parecer em que justifica as razões para que seu pedido de intervenção no Distrito Federal inclua o Legislativo local.

Segundo o parecer, as investigações do suposto esquema de arrecadação e distribuição de propina no governo do Distrito Federal "apontam o envolvimento de mais de 26 deputados – entre titulares e suplentes – nas fraudes".

No documento, a PGR afirma que "a intervenção bastaria até a posse dos novos deputados eleitos, em 1º de janeiro de 2011 –período em que, espera-se, ocorra uma renovação dos mandatos distritais". O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, já declarou que pretende colocar em julgamento o pedido de intervenção antes de deixar o cargo, no dia 23 de abril.

Rosso participou do governo Arruda

Ele não vê problemas no fato de ter feito parte dos governos de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) – principal personagem da crise política local – e de Joaquim Roriz (PSC). A vice-governadora, Ivelise Longhi (PMDB), também fez parte dos dois governos.

"Não tenho problema em falar que fui secretário do governo Roriz. Quero utilizar nossa experiência nesses oito meses que estaremos em Brasília", afirmou. "Quando a gente trabalha em governos, a gente exerce funções técnicas – como secretário, administrador de empresas. Isso não denigre a minha avaliação. O que mostra é trabalho feito."

O DF vive uma crise política desde que a Polícia Federal deflagrou, em novembro de 2009, a Operação Caixa de Pandora, que investiga um suposto esquema de propina no governo distrital, envolvendo o primeiro escalão do Executivo local. As denúncias levaram à prisão e afastamento do então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) por tentativa de suborno de uma testemunha do caso em fevereiro. Após dois meses preso, ele foi solto pelo Superior Tribunal de Justiça na segunda-feira (12).

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