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Contas eleitorais

Rossoni diz que até Beto adotou prática pela qual pode ser cassado

Para se defender da acusação do MP de ter pago despesas eleitorais de forma irregular, presidente da Alep afirma que diversos políticos fizeram o mesmo

Rossoni: “[Se eu for cassado,] tem que cassar a Dilma, o Serra, o Beto” | Nani Gois/Alep
Rossoni: “[Se eu for cassado,] tem que cassar a Dilma, o Serra, o Beto” (Foto: Nani Gois/Alep)
Assembleia: 85 faltas registradas no mês. |

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Assembleia: 85 faltas registradas no mês.

Para se defender da acusação de ter cometido irregularidades na prestação de contas de sua campanha eleitoral em 2010, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Valdir Rossoni (PSDB), declarou ontem que muitos políticos que não tiveram o mandato contestado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) também teriam adotado a mesma prática pela qual ele é acusado.

Rossoni disse que vários políticos usaram um único cheque para pagar várias despesas ao mesmo tempo – o que, segundo o MPE, dificulta a fiscalização de ilegalidades nas contas de campanha. "Então [se eu for cassado] tem que cassar a Dilma [Rousseff], o [José] Serra, o Beto [Richa]", declarou, na tribuna da Assembleia. De acordo com ele, as campanhas da presidente e do tucano para a Presi­­dência da República e de Beto Richa para o governo do Paraná, também utilizaram o recurso do chamado "cheque guarda-chuva", que vale para várias despesas.

Rossoni, que está sendo julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) por uso de cheques guarda-chuva, reclamou que estaria recebendo "tratamento diferenciado" pelo MPE. Segundo o tucano, outros políticos que usaram a mesma estratégia na gestão financeira da campanha não são alvos de investigação. "Não vou aqui citar outros deputados", disse, enfatizando que colegas da Assembleia também teriam usado o recurso contábil.

Rossoni afirma que teve a prestação de contas aprovada pelo TRE e que todas as despesas de campanha têm nota fiscal correspondente. E reiterou que não fez caixa 2.

O TRE-PR adiou para a próxima semana o julgamento do pedido de cassação do mandato de Rossoni. O caso começou a ser analisado na segunda-feira, mas um pedido de vista ao processo interrompeu a votação. Dois dos sete integrantes do tribunal já votaram e o julgamento está empatado em 1 a 1. O Ministério Público Eleitoral acusa o parlamentar de não ter comprovado gastos de R$ 74 mil na campanha de 2010.

O deputado estadual Rasca Rodrigues (PV) reconheceu que também usou o cheque guarda-chuva para o pagamento de despesas agrupadas. Ele citou que teria feito isso na cobrança de pedágio. Segundo Rasca, só é possível pagar pedágio em dinheiro e seria totalmente inviável pagar cada tarifa com um cheque isolado. O deputado afirma que recebeu verbalmente a orientação do próprio TRE-PR para pagar as despesas agrupadas. "Primeiro fixaram que o valor poderia ser de até R$ 1 mil. Depois, diante das dificuldades, disseram que aceitariam cheques de até R$ 5 mil. Mas voltaram atrás e limitaram novamente em R$ 1 mil", contou.

Richa

Sobre o uso de cheque guarda-chuva na campanha eleitoral de Beto Richa, o coordenador financeiro do comitê da campanha de 2010, Fernando Ghignone, atual presidente da Sanepar, se limitou apenas a dizer que "tudo foi feito de acordo com a lei". "As contas [do Beto Richa] foram apresentadas ao TRE antes dos demais candidatos e foram aprovadas sem restrições", declarou.

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