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O deputado e presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, foi o responsável pelo fato de o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), não ter sido o candidato a vice-governador na chapa de Roberto Requião (PMDB). Foi ele quem entrou com uma ação junto à executiva nacional tucana vedando a aliança entre os partidos. Com essa atitude, tornou-se um dos grandes opositores ao atual governo do Paraná. E assim promete ser por toda esta legislatura. Segundo ele, a oposição à administração do estado terá muito mais força e voz nos próximos quatro anos.

Como ficará e agirá a oposição nesta legislatura que se inicia, até 2010?

Será forte e terá voz ativa e alta. Os deputados não têm entusiasmo quanto ao segundo mandato do governador Roberto Requião. Nem alguns que se consideram da base governista. O primeiro já foi ruim, imagine este. É um governo sem propostas e projetos e desanimador. Já em 2008, nas eleições para prefeito, o pessoal do Requião já vai ter dificuldades. Estamos e vamos nos fortalecer partidariamente, e temos os dois grandes políticos que mais atraem eleitores atualmente, que são o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e o senador Osmar Dias (PDT).

A bancada de oposição ao governo do estado na Assembléia Legislativa será forte?

Sim, muito. Fizemos uma reunião, da qual participaram, inclusive, deputados que vão começar mandatos agora, e teremos de 12 a 15 deputados de oposição. E todos com muita vontade de trabalhar. Há entusiasmo no crescimento da oposição no Paraná. No ano passado éramos seis deputados de oposição e quase vencemos as eleições. Estando com mais gente, vamos crescer.

O senhor é um dos principais opositores do governador Roberto Requião. O que considera que realmente faltou ao Paraná nesses últimos anos?

Cadê os 24 hospitais que foram construídos? A Saúde não existe. A Segurança é um caos. A cada mês morre mais gente. Eles dizem que não faltou mais água no litoral. Houve falta de água sim em vários locais. Não dá para levar a sério 90% do que o Requião fala. A Agricultura, por exemplo, (possui) o menor orçamento de todos os governos que o Paraná já teve. O Requião também não atrai empresas, não aceita a lei do mercado. É um atrasado. O Porto de Paranaguá não atrai os empresários. Será que os empresários são masoquistas? Será que gostam de andar 300 quilômetros a mais para usar um porto em Santa Catarina? Não creio nisso. Essas são algumas falhas graves deste governo.

O senhor falou que o Beto Richa e o Osmar Dias são os grande puxadores de votos no Paraná atualmente. Não haverá fatores conflitantes entre eles em eleições futuras, com os dois querendo ser governador do estado?

O próprio Osmar já me disse que ele e o Beto se entendem do jeito deles e sempre, que ninguém precisa se preocupar com isso. Os projetos dos dois estão intrinsecamente ligados. O Beto vai ser governador, é questão de tempo. A partir deste ano, nós, que somos oposição, só perdemos para nós mesmos. E se o Beto e o Osmar caminharem juntos, não perdemos. Ainda mais tendo o apoio de políticos como José Serra (PSDB – governador de São Paulo) e Aécio Neves (PSDB – governador de Minas Gerais). Temos de pensar também na eleição para presidente da República.

O senhor falou que o Beto Richa vai ser governador. Mas o Osmar Dias não quer ser também?

Disse que era questão de tempo o Beto tornar-se governador. Ele é o futuro. Em 2010, há vaga para governador, vice-governador e senador. E tanto o Beto quanto o Osmar podem ocupar tais postos. O tempo decidirá isso. Só acho que o Beto não precisa se precipitar. Ele tem um horizonte vasto e uma reeleição fácil. Daqui a pouco a seriedade terá peso na política. E temos pessoas sérias ao nosso lado.

Mas o senhor já andou defendendo a idéia de não haver reeleição?

O que acho é que uma reeleição é sempre desgastante, mesmo com o político tendo sido reeleito com facilidade.

O senhor considera que não seria interessante o Beto Richa tentar a reeleição?

O que considero é que temos de fazer um grande debate sobre a reeleição. O Beto tem tudo para se reeleger. Mas pode correr riscos. O que acho é que ele tem de estar sempre atento a tudo o que acontece e pensar sempre na frente.

Se o Beto Richa não for candidato à reeleição, quem seria o candidato do PSDB?

O Gustavo Fruet é um grande nome e acho que também tem todas as chances de vencer as eleições em 2008 e ser prefeito de Curitiba. Mas o candidato da vez é o Beto e é ele quem decide.

Seja o Beto Richa ou o Gustavo Fruet, quem seria o candidato a vice-prefeito?

O Luciano Ducci apoiou o Roberto Requião nas eleições, ficando contrário à posição do grupo, e o Osmar Dias disse que pretende conversar com o prefeito sobre a vaga.

Temos vários nomes. Quem seria vice do Beto ou do Gustavo?

Acho que qualquer um. São dois grandes nomes que sei que estarão também sempre juntos. Mas a situação do Ducci será discutida no momento certo.

O Osmar Dias foi mesmo convidado a trocar o PDT pelo PSDB?

Sei que o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, convidou o Osmar. E nós, aqui do Paraná, vamos fazer o convite oficialmente. O problema é que o PDT nacional é pró-Lula e o Osmar tem um patrimônio político que não pode ser jogado fora nem ser comprometido. Ele apoiou o Geraldo Alckmin e não pode agora ficar ao lado do Lula.

O senhor e o deputado Hermas Brandão estão brigados devido ao que ocorreu nas eleições. Mas no último dia de sessão na Assembléia Legislativa, quando ele foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), os senhores se abraçaram e choraram. Ainda continuam brigados?

Eu não brigo com a pessoa Hermas Brandão. O que ocorre é que temos sérias divergências quanto a posicionamentos políticos, que ainda persistem.

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