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Vice-presidente Michel Temer é adepto que o PMDB deixe o governo federal. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Vice-presidente Michel Temer é adepto que o PMDB deixe o governo federal.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A decisão final do possível desembarque do PMDB do governo federal pode sair no próximo dia 30 de março, aniversário de 50 anos do partido.

Segundo Rodrigo Rocha Loures, secretário de Relações Internacionais e um dos homens de confiança do vice-presidente Michel Temer, o diretório nacional do partido deve se reunir nesta data para analisar as diversas moções que ficaram pendentes na convenção do partido, realizada no último sábado (12).

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Na ocasião, o partido aprovou uma moção que impede que seus filiados assumam novos cargos no governo federal por até 30 dias. Foi uma forma de segurar a tensão crescente entre uma ala do partido que defende o rompimento com o governo federal e a ala que defende a manutenção da aliança com o PT em nível federal. Também foi uma forma de comprar tempo e avaliar a profundidade da crise política pós-manifestações.

A decisão de “segurar” a decisão desagradou a ala oposicionista do partido. Osmar Serraglio (PMDB-PR), em entrevista ao vivo para a Gazeta do Povo no último domingo (13), relatou que a expectativa do grupo era que a proposta fosse colocada em votação já no sábado.

De lá para cá, o PMDB de Santa Catarina “entregou” os cargos que no governo, na segunda-feira (14). Segundo Rocha Loures, é provável que o PMDB do Rio Grande do Sul tome o mesmo caminho nos próximos dias.

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Sai ou não sai?

Para Rocha Loures, o PMDB está “alinhado com as ruas” e a probabilidade de sair do governo é “alta”. “O PMDB viu o desejo do povo brasileiro de mudar o país [nas manifestações]. O partido está atento ao que se passa no país”, disse. Apesar disso, ele acredita que isso não significa uma adesão imediata à oposição, e sim na adoção de uma postura de independência.

Já João Arruda, deputado federal e 3º vice-presidente do partido, acredita que não houve mudanças na correlação de forças do partido, e classifica a proposta como um “jogo de torcidas”. “Trata-se de um grupo que já fazia oposição do governo há tempos, e que já havia sido contra a coligação com o PT”, diz. Ele admite, entretanto, que a Lava Jato e as manifestações têm impacto sobre os posicionamentos dos peemedebistas.

Os dois descartam, entretanto, a possibilidade de um “racha” insanável do partido. “O PMDB está unido como nunca esteve há muitos anos”, diz Rocha Loures. Para ele, governistas e oposicionistas trabalham junto para aumentar o poder de fogo do PMDB nas eleições de 2016 – que considera um “primeiro turno” de 2018.

Já Arruda acredita que as diferenças de posicionamento em nível nacional estão muito ligadas aos posicionamentos assumidos pelo partido em nível estadual. Por isso, essa briga política não é uma novidade e não coloca o futuro do partido em risco.

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