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MP viu indícios de lavagem de dinheiro no gabinete de Justus. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
MP viu indícios de lavagem de dinheiro no gabinete de Justus.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A mesma pessoa que, segundo a investigação do Ministério Público (MP), sacava o salário de vários funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) também comprava veículos pagando em espécie (em cash, na expressão em inglês), num esquema que envolveria o gabinete do deputado estadual Nelson Justus (DEM).

Diários Secretos: Confira a série de reportagens

Luis Alexandre Barbosa, que ainda consta como servidor do Legislativo estadual, movimentava as contas de pelo menos 17 pessoas (inclusive preenchendo cheques, como mostrou a perícia) e também foi identificado por um agente bancário, que afirmou que ele ficava na porta do banco esperando o dinheiro que era sacado por funcionários. As informações constam do pedido de ação criminal contra Justus e mais 31 pessoas – a que a RPC teve acesso.

A investigação aponta que o recebimento de salários de vários servidores e a posterior compra de veículos em dinheiro vivo, sem deixar rastros bancários, são indícios da lavagem de dinheiro. “Um dos expedientes usados pela quadrilha era a compra e venda de veículos. Através de terceiros e em seus nomes”, diz o processo, que foi enviado pela promotoria ao Tribunal de Justiça e tramita em sigilo.

O texto da investigação afirma ainda que os integrantes do grupo “adquiriam e vendiam veículos de perfis variados (muitos de alto luxo), de modo a recolocarem no mercado o dinheiro ilicitamente desviado do erário paranaense.” Durante uma das buscas realizadas com autorização da Justiça, em março de 2013, foram localizados 10 envelopes na casa de Barbosa com documentos de veículos e comprovantes de pagamento de IPVA. Numa das reportagens da série Diários Secretos, o irmão de Barbosa, Luiz Eduardo Baglioli Barbosa, foi encontrado dando expediente numa revenda de carros usados, mesmo constando com funcionário da Assembleia.

Ética

O presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, deputado Edson Praczyk, informou que só pode instaurar um procedimento contra Nelson Justus caso seja provocado. A pedido do MP, o desembargador Guilherme Freire, relator do pedido de ação criminal contra Justus, autorizou que uma cópia do processo fosse enviada à Assembleia Legislativa.

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