Pinga-fogo
"Todo mundo reclama de salário, que é baixo. Acho o meu razoável. Comparado com o que se ganha no setor privado, aí significa muito, porque a aposentadoria do INSS é muito baixa. Não é a USP que é alta, o outro [INSS] que é baixo."
Fernando Henrique Cardoso, ao comentar sobre o salário de R$ 22.151 que recebe da USP, onde é professor catedrático.
Aliados que frequentam diuturnamente o gabinete do governador Beto Richa (PSDB) confirmaram que o tucano está tentando convencer o secretário da Fazenda de Salvador (Bahia), Mauro Ricardo Machado Costa (foto), a assumir a mesma pasta no Executivo paranaense. A informação foi divulgada na última sexta-feira pelo colunista Felipe Patury, da revista Época. A primeira investida de Richa, porém, teria sido infrutífera. Além da negativa do próprio Costa, o prefeito da capital baiana, ACM Neto (DEM), não estaria disposto a liberá-lo, já que também o importou de São Paulo para salvar a economia do município. Auditor da Receita Federal e ex-secretário da Fazenda de São Paulo, Costa conseguiu aumentar as receitas de Salvador e é considerado peça fundamental na boa avaliação da gestão local. A ideia de Richa seria dar carta branca a ele para tomar "medidas impopulares" e fechar as torneiras do combalido caixa estadual. Por ser de fora do estado, ele estaria blindado da insatisfação com outros secretários, que, por exemplo, derrubou Jozélia Nogueira do comando da pasta em menos de cinco meses no ano passado.
Aliás...
Quem também pode compor o primeiro escalão estadual é o presidente do PSDB do Paraná, Valdir Rossoni, eleito deputado federal. Em público, ele afirma que sua cabeça está em Brasília para 2015. A amigos próximos, no entanto, ele tem dito que a única opção fora do baralho para ele é ir para a capital federal. A batata quente cairá nas mãos de Richa, que terá de lidar com as críticas dos políticos locais ao comportamento de Rossoni nas relações interpessoais.
Contas reprovadas
O Tribunal de Contas do Paraná (TC) emitiu parecer recomendando a irregularidade das contas de 2012 do município de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, sob responsabilidade do então prefeito Paulo Mac Donald Ghisi. O ex-prefeito recebeu três multas, somando R$ 2.901,94, por sete irregularidades, entre elas o resultado financeiro deficitário das fontes não vinculadas, no valor de R$ 23.776.530,48 (13,19% da receita), aumento da despesa com pessoal nos últimos 180 dias do mandato e não aplicação de 60% dos recursos do Fundeb na remuneração do magistério. O ex-prefeito pode recorrer.
Reajustes
A Câmara Municipal de Curitiba fará uma audiência pública hoje para discutir os projetos de lei que reajustam o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto de Transmissão Intervivos de Bens Imóveis (ITBI). Os projetos foram enviados pela prefeitura. O projeto do IPTU sugere que a Planta Genérica de Valores seja revista e que o impacto dessas mudanças na cobrança ocorra gradualmente, de 2015 a 2017, para compensar "11 anos de desatualização" e "R$ 2 bilhões em perdas". A audiência começará às 14h, no auditório do Anexo II da Câmara, e é aberta a toda população.
Dívida do Badep
O governo do Paraná contratou por R$ 950 mil a empresa de auditoria PriceWaterHouse Coopers para avaliar os ativos do Badep, o antigo banco de fomento do estado que está em liquidação desde os anos 90. O banco tem hoje, segundo o governo, R$ 2,7 bilhões em dívidas a receber. A maior parte (R$ 1,6 bilhão) é de empréstimos para empresas que faliram.
Colaboraram: Euclides Lucas Garcia e Rogerio Galindo
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