BRASÍLIA - Primeiro e único corregedor do Senado, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) foi escolhido pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para continuar no cargo que ocupa há 14 anos. Ele é ex-diretor da Polícia Federal, ligado ao ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado da PF, Paulo Lacerda, que também é amigo de Sarney.
Quem quiser agradar ao senador Tuma deve chamá-lo de "xerife". Foi com esse título, diz na sua página da internet, que ele passou a ser "conhecido pelo povo", após 40 anos de atividades policiais. Porém, no cargo de corregedor, em sete mandatos de dois anos, nem de longe Tuma se comportou como o xerife do Senado.
Tuma, assim como o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), padece do "vício da amizade" e essa talvez seja a melhor explicação para o fato de se manter no posto há tanto tempo antes de entregar o cargo de corregedor da Câmara após a descoberta de que era proprietário de um castelo não declarado entre os seus bens, Moreira propôs o fim dos julgamentos na Casa dos pedidos de cassação de parlamentares.
O senador Tuma revelou explicitamente o "vício da amizade" no ano passado, ao mandar arquivar as investigações sobre os contratos de serviços terceirizados e superfaturados assinados pelos colegas Efraim Morais (DEM-PB), então primeiro-secretário, e pelo diretor-geral, Agaciel Maia, que negam ter cometido irregularidades.
Também nos cinco processos abertos em 2007 contra o ex-presidente do Senado e hoje líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), o corregedor Tuma deu muitas entrevistas ameaçando fazer duras investigações e cobranças, mas, na prática, não fez nada.



