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Na Câmara, cargo virou sinônimo de abacaxi

Antes cobiçado pelos parlamentares, o cargo de corregedor da Câmara dos Deputados virou sinônimo de abacaxi por sua espinhosa atribuição de investigar e julgar colegas por quebra de decoro. Após o escândalo do mensalão, em 2005, poucos aceitam hoje essa incumbência.

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Denúncias não resultaram em investigações de deputados

Nos últimos dois anos, as denúncias contra deputados na Corregedoria da Casa pouco avançaram. Até meados de 2008, 35 representações se acumulavam nas mãos do então corregedor, Inocêncio Oliveira (PR-PE). Só uma denúncia, contra Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, chegou ao Conselho de Ética, que o absolveu. ACM Neto estima que hoje as denúncias somem pouco mais de 15.

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BRASÍLIA - Primeiro e único corregedor do Senado, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) foi escolhido pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para continuar no cargo que ocupa há 14 anos. Ele é ex-diretor da Polícia Federal, ligado ao ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado da PF, Paulo Lacerda, que também é amigo de Sarney.

Quem quiser agradar ao senador Tuma deve chamá-lo de "xerife". Foi com esse título, diz na sua página da internet, que ele passou a ser "conhecido pelo povo", após 40 anos de atividades policiais. Porém, no cargo de corregedor, em sete mandatos de dois anos, nem de longe Tuma se comportou como o xerife do Senado.

Tuma, assim como o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), padece do "vício da amizade" e essa talvez seja a melhor explicação para o fato de se manter no posto há tanto tempo – antes de entregar o cargo de corregedor da Câmara após a descoberta de que era proprietário de um castelo não declarado entre os seus bens, Moreira propôs o fim dos julgamentos na Casa dos pedidos de cassação de parlamentares.

O senador Tuma revelou explicitamente o "vício da amizade" no ano passado, ao mandar arquivar as investigações sobre os contratos de serviços terceirizados e superfaturados assinados pelos colegas Efraim Morais (DEM-PB), então primeiro-secretário, e pelo diretor-geral, Agaciel Maia, que negam ter cometido irregularidades.

Também nos cinco processos abertos em 2007 contra o ex-presidente do Senado e hoje líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), o corregedor Tuma deu muitas entrevistas ameaçando fazer duras investigações e cobranças, mas, na prática, não fez nada.

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