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Veja as prioridades que os curitibanos elegeram |
Veja as prioridades que os curitibanos elegeram| Foto:

Dilma Rousseff assume a Presidência com o desafio de me­­­­lhorar a situação do país nas três principais áreas sociais: saúde, educação e segurança. Embora o governo Lula se orgulhe em dizer que priorizou o social, os números mostram que a situação nessas áreas ainda é preocupante.

Na educação, o país melhorou, mas ainda tem muito a avançar. Segundo dados do IBGE, a ta­­­xa de analfabetismo entre as pessoas acima de 10 anos caiu nos últimos anos. Ainda assim, em 2009, 8,9% da população não sabia ler nem escrever. Ou seja, quase um em cada dez brasileiros é analfabeto. Especialistas apontam que, se o país não educar a população e qualificar a mão de obra, irá ter problemas para manter um crescimento sustentável.

A segurança pública também apresenta números preocupantes. Entre 1997 e 2007, o número de assassinatos no país nunca foi inferior a 40 mil anuais; e o Brasil está em 6.º lugar entre os países com o maior número de homicídios entre jovens.

Na saúde, a taxa de mortalidade infantil caiu entre 2000 e 2009 – de 34 falecimentos por mil nascidos vivos para 20,6, segundo dados do Banco Mundial. Mas o padrão aceitável internacionalmente é a metade disso: 10 mortes por mil nascimentos. Além disso, houve uma queda no valor investido pelo governo federal em saúde nos últimos anos em relação ao PIB. Em 1995, os recursos federais aplicados diretamente em saúde correspondiam a 1,55% do PIB. Em 2008, esse investimento foi de apenas 0,49%.

Tantos números apenas justificam a preocupação dos brasileiros com essas áreas. Pesquisa de opinião da CNT/Sensus mostrou que os eleitores querem que saúde, educação e segurança pública sejam as prioridades do governo Dilma. As mesmas áreas foram apontadas pelos curitibanos como as que eles desejam que sejam priorizadas pela nova presidente, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo.

Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, seria necessário o governo mudar a estrutura do SUS para conseguir prestar à população um serviço de saúde de qualidade. "O SUS não tem sustentação porque os seus grandes eixos estão sendo executados de forma equivocada", afirma.

Na avaliação dele, a melhoria do sistema de saúde pública passa pelo aumento das verbas aplicadas pelos governos na área e na fiscalização do uso desse dinheiro. Pouco depois de ser eleita, Dilma inclusive sinalizou que pode apoiar medidas para ressuscitar a CPMF para financiar a saúde.

Outro ponto fundamental para melhorar o sistema de saúde pública no país seria a valorização do pessoal que trabalha na área. Para o presidente do CNS, é preciso criar uma carreira na saúde que incentive os profissionais a trabalharem com exclusividade para o SUS. Para isso, é preciso pagar salários melhores, e criar incentivos para a qualificação e o trabalho em locais de difícil acesso.

A valorização dos profissionais da área também é considerada ponto fundamento para melhorar a educação pública no país. Para o educador Miguel Arroyo, professor emérito da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, o governo deve oferecer bons salários e condições dignas de trabalho aos professores.

A melhoria para a área de segurança também passa pela valorização dos profissionais da área. E o pagamento de melhores salários para os policiais deverá ser o nó da segurança que Dilma preci­­­sará desatar. Os policiais pressionam pela aprovação no Congresso da PEC 300/2008, que estabelece que o piso da categoria deve ser igual ao pago para os policiais do Distrito Federal, que recebem cerca de R$ 3 mil mensais. Os governadores são os mais preocupados com a medida. Isso porque são os estados os principais responsáveis pelo policiamento. Para especia­­­listas na área, porém, a principal medida para resolver o problema seria a União chamar mais a responsabilidade para si.

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