• Carregando...

Paralisação da PF é precipitada, afirma ministro Paulo Bernardo

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, criticou nesta quarta-feira (28) a paralisação de 24 horas, convocada pela Federação Nacional dos Policiais Federais, e sinalizou que não há espaço nos cofres públicos para o pagamento de 30% da segunda parcela de reajuste do ano passado.

Leia matéria completa

Policiais federais fazem paralisação de 24 horas em todo país

Cerca de 9.000 policiais federais estão com os braços cruzados nesta quarta-feira (28) em quase todo o país. A categoria pede reajuste de 30%, devido desde o acordo salarial assinado no ano passado, e a implantação da Lei Orgânica no setor. Apenas os agentes de Alagoas não participam do protesto, que deve durar 24 horas.

Leia matéria completa

Terminou sem acordo a reunião entre funcionários do Ministério do Planejamento e representantes sindicais dos cerca de 9 mil policiais federais que realizam nesta quarta-feira uma paralisação nacional de 24 horas. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, considerou um fracasso a reunião com o Secretário Nacional de Recursos Humanos, Sérgio Mendonça, do ministério, para discutir as reivindicações da categoria. Segundo ele, na próxima semana os policiais poderão fazer uma nova paralisação de 24 horas, inclusive com revista detalhada (operação-padrão) das bagagens dos passageiros nos aeroportos. A proposta foi apresentada por alguns sindicatos e deve ser apreciada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, a paralisação da PF não atingiu os principais aeroportos do país.

- Eles (governo) querem empurrar com a barriga, querem nos esfriar, mas na quarta-feira da próxima semana poderemos fazer uma nova paralisação com operação-padrão nos aeroportos e nas áreas de fronteira - disse Winck.

A categoria reivindica aumento salarial de 30% e reestruturação de carreira. Apesar de governo e servidores discordarem sobre a reivindicação de reajuste, os funcionários parados voltarão ao trabalho na quinta-feira. Logo após o encontro, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que ainda é cedo para definir um percentual de reajuste para os servidores da PF e que deseja uma negociação de longo prazo sobre as exigências dos servidores.

- Eu acho que essa paralisação foi um pouco precipitada. Normalmente é interessante que em uma situação como esta haja diálogo, negociação, mas eles estão exercendo um direito - disse Bernardo a jornalistas.

Há um mês, Paulo Bernardo anunciou que o governo encaminharia ao Congresso um projeto de lei disciplinando o direito de greve dos servidores públicos e chegou a defender, sem citar nomes, que alguns setores não poderiam paralisar suas atividades. O ministro acrescentou que, apesar das divergências sobre o aumento, governo e sindicalistas concordam sobre a necessidade de uma lei orgânica que viabilize um plano de carreira para a categoria e que ambos os lados devem ter isso em mente.

Mais de 90% dos agentes parados

Pelo balanço da operação, mais de 90% de delegados, agentes, escrivães e papiloscopistas cruzaram os braços entre as 8h e 18h desta quarta-feira. Segundo Wink, só Alagoas e Santa Catarina não aderiram ao protesto. Ele disse que a Fenapef chegou a pensar em fazer uma operação-padrão em vários aeroportos, mas mudou de estratégia depois da visita do ministro da Justiça, Tarso Genro, à sede da federação, na segunda-feira. Wink disse também que os policiais não querem afrontar o governo nem criar problema para a população.

- Não houve operação-padrão por deferência ao ministro. Fomos bonzinhos - disse.

Outros policiais disseram que não fizeram operação-padrão porque não querem ver a manifestação da categoria associada ao caos nos aeroportos. Em alguns locais, como Rio, São Paulo e Belo Horizonte, os policiais teriam ensaiado fazer revistas detalhadas nos aeroportos, mas desistiram da manobra no fim da manhã.

A PF trabalhou normalmente na Ponte da Amizade, fronteira com o Paraguai, na Ponte Tancredo Neves, fronteira com a Argentina, e no aeroporto de Foz de Iguaçu, no Paraná. No resto do estado, os policiais estão parados. Para mostrar a eficiência da PF, os agentes queimaram três toneladas de maconha em Cascavel. Os policiais federais que aderiram à paralisação no Maranhão, realizaram ações sociais, distribuindo cestas básicas em São Luís.

Durante a paralisação de 24 horas, nas sedes da Polícia Federal afetadas formaram-se longas filas, nas quais se destacavam aqueles que buscavam a emissão do passaporte. Apenas os que já tinham bilhetes de embarque para esta quarta-feira ou para o dia seguinte receberam o documento, segundo a PF.

Além da paralisação de 24 horas, os policiais federais ameaçam entrar em greve a qualquer momento. A categoria está em estado de greve desde o dia 15 de fevereiro.

Tarso não confirma concessão de reajuste

Nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse esperar que os policiais federais não desrespeitassem as leis estabelecidas para esse tipo de protesto . Segundo o ministro, os policiais devem dar o exemplo de respeito à ordem jurídica. Tarso não deixou claro se o governo vai atender às reivindicações dos sindicatos dos policiais federais. Os sindicatos alegam que o reajuste foi acertado com o então ministro Márcio Thomaz Bastos, no ano passado.

- O ponto de partida da democracia é o ponto de interesse da corporação, mas não é o ponto de chegada. O ponto de chegada é o ponto de interesse da sociedade e o conjunto de interesses dos servidores. A nossa parte, que temos que observar, é para que qualquer movimento que aja entre os servidores público seja feito dentro da lei e da ordem jurídica democrática, inclusive para dar exemplo, como devem dar o exemplo os policiais federais - afirmou Tarso.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]