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Anthony Garotinho (RJ), líder do PR na Câmara dos Deputados | Gustavo Lima/Ag. Câmara
Anthony Garotinho (RJ), líder do PR na Câmara dos Deputados| Foto: Gustavo Lima/Ag. Câmara

O presidente do PR e líder da bancada no Senado, Alfredo Nascimento (AM), disse ontem que espera que o governo reconheça a importância do partido que preside na coalizão. Alfredo Nascimento, o vice-líder do PR no Senado, Antonio Carlos Rodrigues (SP), e o líder da bancada na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), iriam se reunir ontem com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Até o fechamento desta edição, ainda não havia um resultado do encontro.

Nos últimos meses, o governo Dilma tem feito movimentos de reaproximação com a cúpula do PR. O partido segue sem cargos no primeiro escalão desde que o próprio Alfredo Nascimento foi demitido por Dilma, em julho de 2011, do Ministério dos Transportes, na esteira de acusações de irregularidades.

A especulação é que o governo queira alocar o senador Blairo Maggi (PR-MT) nos Transportes ou na Agricultura. Dilma conversou com ele pessoalmente duas vezes nos últimos dias. Há, contudo, restrições ao nome de Blairo na bancada do PR da Câmara e no Senado. Integrantes do partido afirmam reservadamente que o senador matogrossense tem tido atuação independente das bancadas. Eles também lembram que, no final do ano passado, ele chegou a apresentar uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionando se poderia deixar o PR sem perder o mandato.

Antes do encontro com a presidente, Alfredo Nascimento afirmou que não iria pedir cargos a Dilma. "Vou para ouvir", disse. Anthony Garotinho falou que o partido não pode ficar sem identidade definida. "A gente só quer uma definição: ou se é governo ou se é oposição." Questionado sobre se ser governo implicaria em ter um ministério, o líder do PR na Câmara respondeu que o partido precisa ter "um espaço político". "Somos políticos. PT tem ministério, PMDB tem ministério", afirmou.

Para acalmar integrantes do partido, Renan oferece cargos

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ofereceu os cargos de ouvidor-geral e um assento na Procuradoria da Casa ao PR – os dois cargos são de livre nomeação do presidente do Senado. Renan fez a oferta ao presidente do PR e líder da bancada, Alfredo Nascimento (AM), numa conversa que tiveram na noite da última quarta-feira. O partido ainda não decidiu se vai aceitar a proposta. O martelo só será batido após a semana do carnaval.

A iniciativa de Renan visa aplacar uma reclamação do PR por cargos de destaque no Senado, com poderes de livre nomeação de assessores. Horas após ser eleito, na sexta-feira da semana passada, o presidente da Casa se viu diante de uma crise envolvendo dois partidos aliados. A disputa entre PR e o PP se deu por conta da vaga da 3.ª Secretaria do Senado.

A ocupação de cargos da Mesa Diretora segue o chamado princípio da proporcionalidade, ou seja, partidos com maiores bancadas têm direito às primeiras escolhas. No caso da 3.ª Secretaria, o PR ficou inconformado com o fato de o PMDB, maior bancada do Senado com 20 votos, ter cedido o posto para o PP em troca de votos para eleger Renan. Senadores do PR, que também apoiaram o peemedebista, disseram não terem sido previamente consultados do acordo.

A queixa dos integrantes do PR é a de que sua bancada, com seis senadores, é maior que a dos progressistas, com cinco. Diante do impasse, a disputa foi resolvida em votação secreta. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) recebeu 36 votos, enquanto o senador Magno Malta (PR-ES), 30 – houve ainda um voto em branco.

Logo após a derrota do candidato do PR, Alfredo Nascimento disse que iria pedir à assessoria jurídica que preparasse uma ação a ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o critério de escolha do nome para ocupar a 3.ª Secretaria. No entanto, diante da oferta de Renan pelos cargos, a cúpula do PR recuou.

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