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Jundiaí do Sul – As quase 500 famílias de trabalhadores rurais sem-terra que estão acampadas desde março às margens da PR-218, em Jundiaí do Sul, no Norte Pioneiro, invadiram novamente na manhã de ontem a Fazenda Ana Fraga. Esta é a terceira vez que os sem-terra invadem a propriedade em menos de seis meses.

Agora sob a bandeira do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), as famílias estão chegando à área aos poucos. A porteira da fazenda é vigiada pelos invasores e a entrada só é permitida pelos coordenadores do movimento. Entre os acampados existem cerca de 50 crianças e mais de uma dezena de idosos. Faltam comida e remédios.

Com pouco mais de 700 hectares – a maior parte ocupada com pastagens –, a propriedade, de acordo com um laudo feito ano passado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), é produtiva. Foi neste documento que a Justiça se baseou para conceder a reintegração de posse da área por duas vezes. As lideranças do movimento contestam a informação e apresentam um outro documento, registrado em 2002, segundo o qual a área é improdutiva.

Ontem à tarde, uma das proprietárias da Fazenda Ana Fraga, a advogada Flávia Fernandes Fraga Rúbio, disse que pediria novamente a reintegração de posse da área. "Sempre procuramos o caminho legal, mas eles (os sem-terra) não cumprem a lei", justifica. Ela garantiu que, se os sem-terra não forem retirados do local, pedirá intervenção federal no estado por descumprimento de ordem judicial. A Secretaria de Segurança informou que precisa de pelo menos 3 mil homens para fazer a desocupação da área e ainda não conta com esse efetivo nos batalhões de Cornélio Procópio, Ponta Grossa e Jacarezinho.

Em abril, depois de saírem da área pela primeira vez, os sem-terra fizeram dois homens prisioneiros e os acusaram de fazer parte de uma milícia armada. Eles foram amarrados e passaram quase doze horas em um barraco, sendo libertados depois da chegada da imprensa e da Polícia Militar.

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