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“Jeitinho”

Sem verba, prefeitura promove até rodízio de pneus

Nos fins de semana, administração municipal tira rodas de ônibus do transporte escolar para colocar nos caminhões de lixo. Sem isso, coleta não seria feita

Funcionário da prefeitura tira o pneu de ônibus do transporte escolar para colocar no caminhão de lixo: revezamento de rodas foi a solução para manter a coleta | Dirceu Portugal/Gazeta do Povo
Funcionário da prefeitura tira o pneu de ônibus do transporte escolar para colocar no caminhão de lixo: revezamento de rodas foi a solução para manter a coleta (Foto: Dirceu Portugal/Gazeta do Povo)
Veja onde fica Engenheiro Beltrão |

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Veja onde fica Engenheiro Beltrão

Por causa de dívidas deixadas pela administração anterior e da queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a prefeitura de Engenheiro Beltrão, na Região Centro-Oeste do Paraná, está sendo obrigada a fazer uma verdadeira manobra para recolher o lixo da cidade. Nos fins de semana, quando não há transporte de alunos no município e os 14 ônibus do transporte escolar ficam no pátio da prefeitura, funcionários da administração municipal retiram os pneus de parte da frota e colocam em três caminhões que fazem a coleta do lixo na cidade.

Alternativa

No domingo à tarde, os pneus são retirados dos caminhões e voltam para os ônibus, que são utilizados para transportar os estudantes a partir da segunda-feira. "É a única alternativa para não deixar o município sem a coleta do lixo", diz o prefeito Elias Lima (PR). Apesar de o estado dos pneus dos ônibus estarem em melhores condições que os dos caminhões da coleta, a situação não é totalmente satisfatória. "Alguns ônibus escolares estão rodando com pneus carecas por falta de recursos", afirma Lima.

A prefeitura de Engenheiro Beltrão é uma das que pretende fechar as portas hoje em protesto pela queda no repasse do FPM. "A queda no repasse foi de 21%, que representa cerca de R$ 500 mil a menos no Orçamento do município. Esse montante poderia custear por um mês todo o setor de educação", afirma o prefeito. Segundo ele, caso a verba do FPM fosse utilizada na compra de pneus, funcionários e fornecedores ficariam sem receber. "A situação financeira do município é caótica", conta Lima. Segundo ele, a prefeitura tem uma dívida de R$ 3 milhões com INSS, de R$ 2,4 milhões com o Fundo Previdenciário e de R$ 207 mil com a Sanepar. "A prefeitura não tem de onde tirar recursos para honrar essas dívidas", argumenta Lima.

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