O ex-diretor de Recursos Humanos do Senado José Carlos Zoghbi tornou-se alvo de um inquérito policial aberto pela Polícia Legislativa do Senado. Ele e os demais envolvidos no suposto esquema de intermediação ilegal de empréstimos consignados como sua mulher, Denise Zogh-bi, e seus filhos serão chamados nos próximos dias, logo que identificados os mecanismos por meio dos quais teriam recebido R$ 3 milhões em apenas um ano e meio a título de comissão. O pedido de investigação foi feito pelo próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AC).
De acordo com a revista Época desta semana, o então diretor do Senado criou três empresas de fachada em nome de Maria Izabel Gomes, de 83 anos, sua ama-de-leite, para receber irregularmente de bancos autorizados a operar com servidores do Senado empréstimos consignados. Boa parte do dinheiro, cerca de R$ 2,3 milhões, teria sido repassado pelo Banco Cruzeiro do Sul. O banco divulgou uma nota negando a acusação e destacando a "idoneidade e regularidade de suas operações". Zoghbi também nega as acusações
O diretor da Polícia Legislativa, Pedro Araujo Carvalho, informou que o Ministério Público vai acompanhar a investigação, que contará ainda com o apoio de peritos do Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal. A apuração vai durar 30 dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período.
Pedro Carvalho lembrou ser uma prática investigar denúncias da imprensa, relacionadas ao pessoal da Casa. A diferença agora é que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pediu o empenho da polícia para desvendar todo o esquema. Sua iniciativa foi entendida como um sinal de que, ao contrário do que normalmente ocorre com servidores do Senado acusados de procedimentos ilegais, Zoghbi dificilmente escapará de um processo de exoneração do serviço público.
Não é nova a suspeita de haver fraude na concessão da autorização para bancos privados concederem empréstimos descontados em folha aos funcionários da Casa. Mas nada foi feito até agora para investigar como e quem está envolvido no esquema.
Há rumores de pagamento dos bancos para "entrar" no Senado. Técnicos da Casa informam que até 2003, quando o senador Romeu Tuma (PTB-SP) assumiu a primeira-secretária, atuavam ali "cinco ou seis bancos". De lá para cá, o número só cresceu e hoje existem 39 bancos operando com servidores da instituição.
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