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Heráclito: Polícia Federal pode assumir investigação de José Carlos Zoghbi | Geraldo Magela/Agência Senado
Heráclito: Polícia Federal pode assumir investigação de José Carlos Zoghbi| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Por determinação do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), será aberta hoje uma sindicância para investigar denúncias contra o ex-diretor de Recursos Humanos da Casa José Carlos Zoghbi. Ele teria usado o nome de uma ex-babá, Maria Izabel Gomes, 83, que mora na casa dele, para abrir três empresas de fachada.

Essas empresas – DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros Ltda e Contact Assessoria de Crédito Ltda –, segundo a revista, receberam cerca de R$ 3 milhões nos últimos anos, parte vinda do Banco Cruzeiro do Sul, que tem contrato com o Senado Federal para oferecer crédito consignado aos servidores. O banco nega as acusações.

Heráclito retorna ao país na quinta-feira, após compromissos oficiais na Europa. Ele explicou que a sindicância é apenas o primeiro passo de um processo que, provavelmente, será conduzido pela Polícia Federal (PF). Técnicos do Senado lembram que após o procedimento inicial será aberto um processo administrativo que poderá resultar na demissão de Zoghbi por justa causa.

Zoghbi perdeu o cargo de diretor há um mês, após vir à tona que, apesar de morar em uma mansão em Brasília, não abriu mão do apartamento funcional, onde deixou um filho morando de graça. Sete integrantes da família Zoghbi usaram 42 passagens das cotas fornecidas pela Câmara a 12 deputados federais para viagens ao Brasil e ao exterior.

A mulher de Zoghbi, Denise, é aposentada do Senado. Ela voltou à Casa como diretora do Instituto Legislativo Brasileiro (Interlegis), mas foi exonerada no fim do ano passado, juntamente com outros seis parentes do casal, em atendimento à súmula antinepotismo do Supremo Tribunal Federal (STF).

Velho esquema

A suspeita de haver fraude na relação de bancos autorizados a operar no Senado e servidores da administração não é nova. Mas nada foi feito até agora para apurar o esquema. Em fevereiro, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), assinou um ato determinando às 39 instituições que atuam na Casa que reduzam os juros praticados a 1,6% ao mês. Na ocasião, parlamentares informaram que há bancos cobrando até 4,6% ao mês dos mais de 4.100 funcionários. Somados aos 6.800 aposentados e comissionados, o pagamento de empréstimos consignados chega a R$ 12,5 milhões descontados da folha de pagamento do Senado.

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