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O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), recuou das declarações feitas nesta quarta-feira e garantiu que os processos contra os três senadores acusados de envolvimento com o esquema dos sanguessugas "não vão acabar em pizza". João Alberto anunciou que até já escolheu os três relatores. Isso significa que ele vai aceitar a denúncia do relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas, mas não quis revelar os nomes dos relatores por enquanto. Os envolvidos têm até segunda-feira para renunciar e evitar o risco da cassação:" Falar de pizza é desqualificar o meu trabalho, que é sério"

- Fui mal compreendido. Não disse que iria arquivar nada. Até porque, se eu disser isso, fica ruim para mim porque sou candidato. Falar de pizza é desqualificar o meu trabalho, que é sério. Uma coisa eu digo a vocês, vou apurar com muito rigor - afirmou.

O senador informou que vai aguardar que os senadores Magno Malta (PL-ES), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Ney Suassuana (PMDB-PB) apresentem suas defesas até as 16h de segunda-feira, quando expira o prazo. Na terça ou quarta-feira, ele deve anunciar os três relatores dos processos de cassação. João Alberto disse ainda que o plenário do Senado deve julgar os processos antes das eleições de 1º de outubro.

- Se decidir aceitar as denúncias, designo os relatores para, imediatamente, darem início aos trabalhos, que deverão estar concluídos e ser votados pelo conselho até o dia 24 de setembro, para que o plenário do Senado tenha tempo de apreciá-los antes das eleições - afirmou João Alberto.

Constrangimento

Sobre o fato de ter que apreciar o envolvimento de Ney Suassuna, ex-líder de seu partido, no escândalo, João Alberto disse que não haverá constrangimento.

- Se o líder errou, ele não é líder. Se errou, tem que ser julgado. Nós vamos cortar na própria carne - disse.

Suassuna já deixou liderança do PMDB no Senado. Em discurso na tribuna, ele afirmou que decidiu sair da liderança do PMDB "para não constranger os companheiros ". Suassuna disse que não teve direito a defesa e está seguro de que isso ocorrerá no Conselho de Ética.

Nesta quarta, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza recebeu o relatório parcial da CPI das mãos do deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ). O procurador-geral disse que na próxima semana pode encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) novos pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares.

O relatório preliminar da CPI dos Sanguessugas recomendou a cassação de 72 parlamentares , sendo 69 deputados e três senadores. No entanto, de acordo com a lei, os processos contra aqueles que renunciam têm que ser arquivados. Eles não correm o risco de ficar inelegíveis por oito anos, mas perdem o foro privilegiado e podem ter de enfrentar o processo na Justiça comum. Os processos no Conselho de Ética da Câmara contra todos os envolvidos devem ser abertos semana que vem.

Na semana passada, nove parlamentares também acusados de envolvimento na compra e venda de ambulâncias superfaturadas, desistiram de disputar a eleição deste ano. Deixarão de concorrer os seguintes deputados: Heleno Silva (PL-SE), Jorge Pinheiro (PL-DF), Josué Bengtson (PTB-PA), João Mendes de Jesus (PSB-RJ), Marcos de Jesus (PFL-PE), Osmânio Pereira (PTB-MG), Neuton Lima (PTB-SP), Wanderval Santos (PL-SP) e Paulo Feijó (RJ), que pediu desligamento do PSDB após o escândalo.

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