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Privilégios

Senador reclama de salário e adia votação do fim do 14.º e 15.º

Ivo Cassol pediu vista do projeto de autoria de Gleisi Hoffmann que acaba com o benefício. Para ele, parlamentar contrário ao pagamento deve devolver o dinheiro

“O político no Brasil é muito mal remunerado porque tem que atender com passagem, dar remédio, é convidado para ser patrono de formatura.”Ivo Cassol(PP-RO), senador | Pedro França/Ag. Senado
“O político no Brasil é muito mal remunerado porque tem que atender com passagem, dar remédio, é convidado para ser patrono de formatura.”Ivo Cassol(PP-RO), senador (Foto: Pedro França/Ag. Senado)

Um pedido de vista do senador Ivo Cassol (PP-RO) adiou a votação na Comissão de Assuntos Eco­­­nômicos (CAE) do projeto de decreto legislativo que extingue o pagamento do 14.º e do 1.5º salários aos senadores e deputados. De iniciativa da senadora paranaense licenciada e atual ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), o texto acaba com o privilégio que assegura a cada parlamentar um salário extra, no valor de R$ 26,7 mil, no início e no fim do ano. O projeto especifica que o benefício – considerado uma ajuda de custo semelhante ao que é pago aos funcionários públicos que são obrigados a mudar de cidade – devem ser pagos somente no início e no final do mandato.

Ao afirmar que não considera o pagamento irregular, Cassol pediu para adiar a votação do projeto. "O político no Brasil é muito mal remunerado porque tem que atender com passagem, dar remédio, é convidado para ser patrono de formatura. Se bater alguém na sua porta pedindo uma Cibalena [medicamento analgésico] , você não vai dar?", questionou.

Cassol defendeu que os deputados e senadores contrários ao pagamento dos salários extras devolvam o dinheiro aos cofres públicos. "Quem foi contra, no mínimo deveria ter devolvido o dinheiro aos cofres públicos e não devolveu. Estou pedindo vista a este projeto, eu quero verificar de onde isso começou", disse.

Na justificativa da proposta, Gleisi lembra que o pagamento de 14º e 15º salários faziam sentido na época em que os transportes eram precários e os parlamentares se deslocavam para a capital do país a cada ano e lá permaneciam até o fim do ano legislativo. "E só então retornavam a seus estados para se reunir com os seus eleitores", acrescenta. "Hoje os membros do Congresso têm a possibilidade de retornar à sua base a cada semana, não se justificando, há muito, a manutenção do pagamen­­to dessas parcelas", disse em sua justificativa.

O relator, senador Lindbergh Farias (PT-RJ) defendeu a aprovação, reiterando os argumentos da autora do texto. "Não é para ter aplauso fácil nas ruas. Examinei o projeto com calma e cuidado. Estou convencido da necessidade de se mudar essa regra", afirmou o deputado.

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