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Senadores da base que integram a CPI dos Bingos vão fazer de tudo para que a acareação marcada para esta quarta-feira, entre João Francisco e Bruno Daniel - irmãos do prefeito assassinado de Santo André (SP), Celso Daniel - e Gilberto Carvalho, chefe do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seja realizada a portas fechadas. Mas a decisão caberá ao presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), que poderá decidir pela abertura da acareação ao público e à imprensa, após ouvir o plenário da comissão.

Essa acareação - a segunda a ser realizada pela CPI dos Bingos - promete ser uma das mais movimentadas e poderá esclarecer pontos considerados nebulosos no episódio que culminou com o assassinato de Celso Daniel, morto com oito tiros à queima-roupa em janeiro de 2002, após ser seqüestrado. Há fortes indícios de que o então prefeito de Santo André tenha sido assassinado como queima de arquivo. Outra vertente das investigações policiais aponta para crime comum.

João Francisco e Bruno Daniel, que já prestaram depoimento à CPI, insistem em dizer que o seu irmão foi torturado e morto "por encomenda". Segundo eles, Celso Daniel foi assassinado após vazar informações de que estaria prestes a denunciar um grande esquema de corrupção que envolvia a prefeitura de Santo André e concessionárias de serviços públicos do município.

Gilberto Carvalho, que também já depôs na CPI - e que na época da morte de Celso Daniel trabalhava como assessor na prefeitura - sustenta a tese de crime comum. Mas João Francisco e Bruno garantem que Gilberto Carvalho teria detalhado a eles, após a morte de Celso Daniel, como funcionava todo o esquema de corrupção em Santo André, com um agravante: era ele - o próprio Gilberto Carvalho - quem entregava, ao então presidente do PT José Dirceu, malas de dinheiro arrecadado em Santo André, fruto da cobrança de propina principalmente junto a empresas de ônibus e de lixo da cidade. Carvalho nega as acusações.

Os trabalhos da CPI dos Bingos serão prorrogados por mais 180 dias. Com isso, a previsão é a de que o relatório final seja votado em abril de 2006. A data anteriormente marcada para o encerramento das investigações era o próximo dia 26. Na manhã desta terça-feira será ouvido o ex-juiz João Carlos da Rocha Mattos, que se encontra preso há quase dois anos por negociar sentenças na Justiça Federal em São Paulo. Ele foi convocado após ter revelado a existência de 42 gravações que, segundo ele, comprometem Gilberto Carvalho.

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