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| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Diferentemente do que se viu na Câmara dos Deputados, a votação da admissibilidade do processo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal teve discursos mais ponderados e que, em sua maioria, buscaram abordar o motivo pelo qual a presidente deveria ser afastada: as pedaladas fiscais.

Mesmo assim, muitos parlamentares passaram longe do relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG) sobre o processo – real alvo da votação.

Por disporem de 15 minutos para falar, cada senador buscou expor os motivos do seu voto. Entre eles, as próprias pedaladas, resultado de decretos parlamentares emitidos sem autorização do Congresso, a crise econômica e os escândalos de corrupção envolvendo o governo e os resultados da Operação Lava Jato. Muitos também lembraram as manifestações das ruas e afirmaram que o Congresso estará sempre ao lado da opinião pública.

Mas também houve aqueles que aproveitaram para agradecer as próprias famílias, a Deus ou para falar de suas plataformas eleitorais.

Um deles foi o senador Magno Malta (PR-ES), que votou em nome da neta que ainda não nasceu e defendeu a redução da maioridade penal. Wilder Morais (PP-GO) aproveitou para afirmar que, além de acabar com o governo do PT, é preciso acabar com a cracolândia e com o tráfico de drogas. Já Alvaro Dias (PV-PR) e Ana Amélia (PP-RS) citaram o papa Francisco em seus discursos, pedindo harmonia e mudanças para o futuro.

Vice como alvo

O vice-presidente Michel Temer, que deve assumir o lugar de Dilma, também foi bastante citado pelos senadores – ora elogiado, ora criticado. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usou boa parte do seu tempo para reforçar o pedido do seu partido por novas eleições, apontando responsabilidade a Temer.

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“As delações da Lava Jato mostram desvio de dinheiro para a chapa Dilma-Temer. As medidas propostas por Temer são ‘anti-povo’ e terão resposta das ruas”. Já Hélio José (PMDB-DF) pediu “solidariedade” ao vice e afirmou que ele deve conciliar o país.

Entre os senadores que votaram contra o processo, os discursos foram baseados na tese de que o impeachment é um golpe contra a democracia, afirmando que não há crime de responsabilidade. “Não vou falar de pedaladas, de crime de responsabilidade. Foi a política que disse que a presidente Dilma não governaria. Depois, partiram em busca de um crime”, disse a senadora Regina Sousa (PT-PI). Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou os discursos dos colegas. “Falam da economia, falam da corrupção, mas não falam do crime porque crime não há”, afirmou.

Votação da Câmara foi lembrada como “circo”

A votação ocorrida no mês passado da Câmara foi lembrada e criticada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). “Não quero ser deselegante, mas não vamos repetir o cenário que vimos na Câmara”, disse, pedindo que os senadores guardassem os celulares.

O senador paranaense Roberto Requião (PMDB) também utilizou seu tempo de discurso para criticar os deputados e falou que o Senado representa a maturidade política do país. “Aqui não vimos ninguém agradecendo a mãe, o cachorro ou a madrinha”, disparou Requião.

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