A série de reportagens "Negócio Fechado" da Gazeta do Povo e da RPC TV revelou que as irregularidades relacionadas às despesas da Câmara de Curitiba com publicidade envolviam muito mais pessoas que o vereador João Cláudio Derosso (PSDB), ex-presidente da Casa, e a sua mulher, a jornalista Cláudia Queiroz. Com as novas denúncias, servidores do Legislativo municipal, vereadores e outros políticos também se juntaram ao rol de envolvidos. Nesta semana, o Ministério Público, a Polícia Civil e até a Receita Federal anunciaram investigações sobre o caso. As denúncias envolvem desde suspeitas de direcionamento de verbas públicas até o uso de notas fiscais falsas.
As irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara começaram a ser reveladas em julho do ano passado, quando a Gazeta mostrou que a empresa de Cláudia foi uma das vencedoras da licitação que escolheu as agências de publicidade que prestavam serviço para a Casa. Na época da concorrência, ela era funcionária da Câmara.
Documentos
Em julho de 2011, o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) pediu ao Legislativo municipal para ter acesso aos documentos da execução dos contratos de publicidade da Casa. Como não conseguiu, recorreu à Justiça, que determinou a entrega parcial da documentação. A papelada é referente a apenas R$ 2 milhões dos R$ 34 milhões gastos entre 2006 e 2011.
A equipe de reportagem que produziu a série "Negócio Fechado" teve acesso aos mesmos documentos e a outros, obtidos com exclusividade. Durante três meses, jornalistas organizaram os dados. O trabalho identificou as empresas que fizeram a publicidade da Câmara e as conexões entre elas, incluindo funcionários e vereadores.
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