O governador de São Paulo, José Serra, falou pela primeira vez mais abertamente sobre a sua candidatura à Presidência da República. Serra, que vinha evitando o assunto, chegou até a explicar a estratégia que deverá adotar na campanha eleitoral de 2010: evitar entrar em conflito direto com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e falar de propostas para o futuro. "Candidato a presidente não é chefe da oposição", declarou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada ontem.
O recado de Serra também vai direto para a bancada tucana no Congresso. Serão os parlamentares do partido os responsáveis pela vigilância e crítica ao governo do PT. "Vou apontar as coisas para o futuro. Não vou ficar tomando conta do governo Lula", declarou na mesma entrevista.
Evitar desgaste
A estratégia do governador de São Paulo é vista como uma forma de evitar um desgaste de um embate direto contra um governo que goza de alto índice de popularidade. Além disso, Serra evita dessa maneira entrar num jogo que tornaria a eleição de 2010 uma comparação entre oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso com os oito anos do governo Lula.
Em resposta ao governador José Serra, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), defendeu ontem a comparação entre as duas gestões, dando o tom do que deverá ser seu discurso de candidata. "Quem não quer discutir o momento Lula é porque se incomoda com as comparações", afirmou.
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